Dilma afirma que CPMF “não é para gastar mais, é para crescer mais”

Durante entrevista coletiva em Antália, na Turquia, onde participa da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20, a presidenta Dilma Rousseff reafirmou a importância da aprovação da nova CPMF que, segundo ela, seria um estímulo à economia, e não um tributo para elevar as despesas públicas.

Dilma G20 Turquia - Agência Brasil

“Não é para gastar mais, é para crescer mais”, disse Dilma sobre a CPMF, ressaltando que o governo tem conseguido recompor a base aliada. “Nós do governo avaliamos que temos maioria. Em alguns casos, a maioria é bem confortável e, em outros casos, a maioria está mais apertada. Mas temos maioria”, enfatizou.

Para a presidenta, “a situação política no Brasil está cada dia se normalizando mais”, mas enfatizou que é preciso garantir a aprovação de medidas fiscais no Congresso para a melhora das condições da economia brasileira. “Nós fizemos um grande esforço de reequilíbrio fiscal que, além de todas as medidas de redução de despesas que já tomamos, agora vai requerer de nós, no Brasil, a consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF”, declarou.

Dilma salientou que a pauta deverá ser mais discutida pelo governo com a opinião pública, prefeitos, governadores e toda a sociedade. “Essa é uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar e ter condições de acelerar o processo de saída da crise. Portanto, eu acredito que o Brasil vai ter nesse momento de enfrentar esse fato. É fundamental que se aprove a CPMF”, completou.

A presidenta também reafirmou a sua solidariedade ao povo parisiense e contra os atentados terroristas em Paris. Ela uniu-se aos parceiros do grupo Brics, sigla que designa a união do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, para anunciar ação conjunta do bloco contra o terrorismo internacional e pela retomada da economia global.

“Essa atrocidade torna ainda mais urgente uma ação conjunta de toda comunidade internacional no combate sem tréguas ao terrorismo”, afirmou.

Sobre a crise econômica internacional, o grupo pretende promover ações coordenadas para aplicação conjunta pelo G-20 para criar um ambiente favorável à retomada da economia.

O comunicado conjunto dos Brics realçou “a importância do fortalecimento da coordenação e da cooperação em políticas macroeconômicas entre os membros do G-20, para evitar repercussões negativas e de modo a lograr crescimento forte, equilibrado e sustentável”.

Dilma anunciou a intenção de os Brics defenderem na reunião do G-20 temas prioritários como investimentos na infraestrutura, reforma nas instituições financeiras internacionais (como Fundo Monetário Internacional – FMI), redução da volatilidade nos mercados globais e combate à pobreza e à desigualdade.

Levy

A grande mídia voltou a fazer especulações sobre uma suposta saída ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Dilma repeliu classificando os rumores como “nocivos”.

Não contente, a imprensa voltou a tentar criar uma cunha entra Dilma e Lula. Ela foi questionada se concordava com as “supostas” avaliações do ex-presidente sobre o ministro. Dilma fez questão de reafirmar que não só gosta muito “do presidente Lula, como o respeito” e nem por isso “concordamos e não temos de concordar com todas as avaliações”.

“Até porque nós somos adultos, e cada um tem uma forma de encarar a realidade”, disse aos jornalistas. E acrescentou: “No geral, a gente (ela e Lula) concorda” com a maioria dos temas.