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A poesia visual de Elson Fróes

Elson Fróes é formado em Letras pela PUC-SP e seu trabalho é voltado para a pesquisa em semiótica visual e webdesingn, estas características são facilmente identificadas em seus poemas visuais, que segundo ele são elaboradas “com toda sorte de recursos, do artesanal ao eletrônico”.

elson fróes - Arquivo pessoal

Já colaborou com poemas e traduções em diversos jornais e revistas literárias, entre eles, 34 Letras, Suplemento Literário de Minas Gerais, Poiésis, Bric-A-Brac, Dimensão, Medusa e A Cigarra. Ousado e criativo, publicou um de seus livros de poemas em plataforma digital, no formato ebook, trata-se da obra Poemas Galegos e Poemas Traduzidos.

É editor do portal Pop Box, autor de Poemas Diversos (Ed. Lumme 2008), Brinquedos Quebrados (no prelo, 2015). Participou de exposições de poesia visual no Brasil e no exterior. Curador de três edições da mostra Videopoéticas de vídeo poesia no CCSP entre 2011 e 2014.

Confira a poesia visual de Elson, com notas do autor:

Inflamável (1991) v.3.

Este é um dos meus favoritos.A versão original estampa a contracapa da revista Artéria nº 7, 2004. Assim o descrevi para um editor na época: Inflamável, lirico & visual, intersemiótico coração sagrado, pelos poetas místicos, ready-made & montagem, o símbolo liberto ao conotativo no cruzamento de paradigmas, ideograma, o "punctum" e o estranhamento. Sinal de alerta para desautomatizar sentidos!

Rancor, não! (1986) v.2

Este poema visual feito em letraset estava no meu primeiro projeto de livro. Eu resgatei a imagem original para formato digital há alguns anos e provavelmente pode ter sido para uma publicação que não recordo agora.

Autopsia das utopias (frame da animação) (1986)

Autopsia das utopias (storyboard 1986, animação gif 2000) Um frame desta animação circulou como poema visual, como se vê na minha seleção no Ubuweb.

Nuvem (1986)

"nuvem soft (ware / do acaso muda (se" – Embora não tenha inventado o conceito de computação em nuvem (em inglês, "cloud computing") criada em 1999, passei bem perto com mais de uma década de antecedência, em 1986. Naquele ano compus dois poemas visuais com nuvens, utilizando o mesmo método e recursos de visualidade. Um deles é o Píncarosque foi publicado. O outro permaneceu inédito, talvez por não fazer sentido dois poemas com as mesmas caracteristicas visuais.

Ode vertical (1991)

Este poema visual utiliza a tipografia do "Alfabeto vertical", poema de Décio Pignatari da decada de 70, que ele batizou Franklinstein. O meu poema Ode vertical pedia por uma tipografia assim, então a converti em fonte true type. Na visita que fiz ao Décio em 97 levei para ele meus poemas visuais, a animação de que fiz de seu poema Organismo e esta fonte.A secção das palavras, em blocos de três letras sobrepostos na vertical, cria um ritmo de repetições que destacam as similaridades verbo-visuais. A ‘mancha’ na página resulta num campo de tensão, pois a visualidade está voltada para a materialidade dos signos, entre a simetria e o movimento, pondo em relevo os níveis harmônicos que subjazem ocultos na grafia corrente dos vocábulos, numa sintaxe elaborada intercódigos, não decorativa, que visa criar uma semântica visual que se equipare à paronomásia e ao anagrama do código verbal … Se tomássemos o poema por remédio, estas seriam, na bula, as ‘propriedades’… Integra minha seleção no Ubuweb.