Milhares vão às ruas dizer não ao PL que reafirma cultura do estupro

Manifestantes saíram às ruas no fim da tarde desta quarta-feira (28), no centro do Rio de Janeiro, no intuito de denunciar o retrocesso inserido no Projeto de Lei 5.069, de autoria do presidente da Câmara Eduardo Cunha, que limita o processo de atendimento às vítimas de violência sexual no país e reafirma a cultura do estupro, reafirmando, desta forma, a cultura do estupro no país. A lei ainda precisa ser votada no plenário da Câmara dos Deputados e, se aprovada, vai ao crivo do Senado.

RJ: Milhares saem às ruas para dizer não ao PL que reafirma cultura do estupro - Mídia Ninja

Segundo organizadores da manifestação, 5 mil pessoas participaram do ato.

A passeata começou às 14h em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro onde acontecia a chamada “CPI do aborto”. De lá, partiram para a Cinelândia, com direito a uma parada em frente ao escritório político de Eduardo Cunha, no Largo da Carioca.

Uma das organizadoras da manifestação, Bia Lopes, militante da União da Juventude Socialista (UJS) e da União Brasileira de Mulheres (UBM), considera o ato foi vitorioso e que o PL segue a linha contrária do que o estado deveria oferecer a uma vítima de estupro. “O estado deveria acolher e oferecer políticas públicas que auxiliassem essa mulher, que já está passando por um momento tão difícil, mas não, o PL pretende inserir a vítima em uma situação desconfortável, como se uma pessoa que sofreu um abuso sexual tivesse que provar a ocorrência da violência. A CPI do aborto, aqui no Rio, também é outro retrocesso, pois é composta por parlamentares conservadores, que entrevistaram conselhos se medicina, laboratórios que produzem remédios abortivos, a vigilância sanitária, mas, em nenhum momento, levaram em consideração a opinião das mulheres e o motivo de várias mortes, todos os dias. Então, o pacto rompendo a hipocrisia permanece, das mulheres que continuam a abortar e o estado fingir que nada acontece, claro, inserido em um recorte de classe e cor. A CPI criminaliza ainda mais essas mulheres.

Ao portal EBC, a estudante de História e militante feminista Luisa Lima de Moraes alertou para o retrocesso que o PL pode causar, caso seja aprovado. "Este ato é contra o PL 5.069, que burocratiza o processo, pois, em vez da pessoa ir receber tratamento médico, ela primeiro tem que fazer um boletim de ocorrência. Isso é uma crueldade com a vítima, que está fragilizada e precisa de amparo. A maioria das pessoas não concorda com o tipo de postura que ele [Cunha] tem, não só em relação aos desvios [de dinheiro] e à conta na Suíça, mas quanto à atitude dele, que é muito retrógrada”. 

No vídeo abaixo, manifestantes exautam a luta pela emancipação da mulher. " Eu sou livre, eu sou forte, eu sou mulher", dizem.

Em São Paulo, o próximo ato ocorrerá nesta sexta-feira (30), na praça do Ciclista, na Avenida Paulista, às 18h.

Toda mulher há de ser livre…

Posted by Sil Azevedo on Quarta, 28 de outubro de 2015