Aldo Rebelo conhece detalhes de projetos militares estratégicos 

Nesta terça-feira (13), o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, visitou o Quartel-General do Exército e o Comando da Aeronáutica, ambos em Brasília (DF), para conhecer o andamento dos principais projetos estratégicos das duas Forças. Os programas apresentados são vistos como indispensáveis ao desenvolvimento tecnológico do país e da indústria nacional. Nas próximas semanas, Rebelo visitará também o Comando da Marinha. 

Aldo Rebelo conhece detalhes de projetos militares estratégicos - Ministério da Defesa

O primeiro projeto apresentado ao ministro foi a nova família de blindados Guarani. Com o envolvimento de 50 empresas brasileiras e 90% de conteúdo nacional, a viatura tem grande potencial de exportação, e já despertou o interesse de compra de 14 países. Neste aspecto, Aldo Rebelo enfatizou o esforço do Brasil em buscar parcerias para tornar o Guarani um produto de exportação.

Sobre o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), Rebelo ouviu que o projeto possui alto custo benefício no combate ao crime transfronteiriço. Orçado em R$ 12 bilhões e gerando mais de 12 mil postos de trabalho, o Sisfron contribui para a presença do Estado brasileiro na faixa de fronteira e pode ser utilizado de forma interagência, em apoio, por exemplo, à vigilância sanitária e à arrecadação fiscal.

O terceiro programa destacado foi o Sistema de Artilharia de Mísseis e Foguetes Astros 2020, que possui alcance de 300 km. O Astros 2020 já está 40% concluído. Com 100% de conteúdo nacional, o Exército mostrou ainda o Sistema de Defesa Antiaérea de baixa altura, que tem, por outras finalidades, a proteção de centros estratégicos, além de possibilitar o domínio da tecnologia de radares.

Defesa cibernética

O ministro Aldo Rebelo apontou o projeto de Defesa Cibernética como um dos mais relevantes, já que traz impacto para toda a sociedade. Conforme a apresentação, a capacidade operativa da Defesa Cibernética foi testada em eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo 2014. Somente durante a realização dos jogos de futebol foram neutralizados cerca de 750 ataques.

O projeto também oferece segurança das infraestruturas críticas (estações de energia e hidrelétricas) e conta com o apoio de agências públicas, universidades e empresas. Outro produto desenvolvido pela Força Terrestre, que traz benefício à população, é o Proteger. Ele tem por objetivo a proteção das estruturas estratégicas. Oferece, também, auxílio em casos de desastres naturais e calamidades públicas para 600 estruturas dessa natureza.

Aeronáutica

Os projetos em andamento na Força Aérea Brasileira (FAB) foram expostos pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato. Ele apresentou cada um dos programas, bem como questões relativas a especificidades dos contratos e valores. O comandante fez, ainda, breve relato acerca da criação da FAB, que remonta ao ano de 1941, e detalhou a estrutura organizacional da instituição.

Rossato falou sobre a escolha feita pelo Brasil de defesa antiaérea de médio alcance russa Pantsir S1. De acordo com ele, o equipamento “é o mais eficaz em sua área”. O brigadeiro lembrou que, no processo de negociação, a Rússia comprometeu-se com a cláusula de transferência de tecnologia. E explicou que um grupo de trabalho formado por integrantes das três Forças e de seis ministérios foi constituído para tratar do tema.

Outras iniciativas mostradas ao ministro foram a implementação da Brigada de Defesa Antiaérea, com sede em Anápolis (GO), para este ano ainda; o recebimento do míssil A-Darter de 5ª geração, desenvolvido em conjunto com a África do Sul, previsto para a partir de 2016; e a aquisição e modernização de aeronaves, como C-95M, P-95M e SC-105 Amazonas.

Entre os projetos estratégicos, o brigadeiro destacou as 17 unidades já entregues dos helicópteros H-36 Caracal – iniciativa do Ministério da Defesa e os 36 caças Gripen NG, adquiridos da Suécia. A Embraer, indústria nacional, detém 68% da transferência de tecnologia do contrato desses aviões.

Também foi apresentado o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese). De tecnologia dual, para uso civil e militar, o Pese pode ser empregado integrando sistemas de monitoramento da Marinha e do Exército, por exemplo.