Festival de Dança Internacional vai movimentar a capital paulista

A 8ª edição do Festival Contemporâneo de Dança Internacional deve atrair um público diversificado no final deste mês, na capital paulista, de acordo com expectativa dos organizadores. Além de bailarinos e pessoas que trabalham com arte vindos de todo o país e da América Latina, espectadores comuns também vão integrar o público estimado em 3,6 mil pessoas.

Dança contemporânea - Claudio Etges

Adriana Grechi, diretora artística e curadora do festival, diz que o evento tem o objetivo de formar um novo público. “A gente procura tornar essa arte contemporânea de ponta acessível a todas as pessoas”, ressaltou. Em edições anteriores, moradores do centro e professores estavam entre os principais interessados, tornando-se público assíduo do evento.

Para a curadora, a dança contemporânea tem maior capacidade de atrair um público novo do que a clássica. “Pensando o mundo atual, ela cria muito mais conexão do que um trabalho de balé, que é mais tradicional”, disse.

A dança contemporânea, explica Adriana, permite que os artistas inventem a própria técnica e os movimentos. "São artistas pensando as formas de convívio, como o corpo pode estar presente no mundo. A diferença, por exemplo, para um festival de balé é que você tem um código. No balé tem o vocabulário de movimentos. Então, eles trabalham com invenção de linguagem”, explica.

Linguagem corporal

A programação prevê 14 apresentações com artistas pouco conhecidos no Brasil, mas com alta circulação na Europa, Ásia e nos Estados Unidos. Um dos destaques é o Madame Plaza, da coreógrafa marroquina Bouchra Ouizguen. O espetáculo traz dançarinas e cantoras tradicionais do mundo árabe, que se apresentam pelo mundo, mas sofrem preconceito no próprio país.

“Tem todo um caráter político nesse trabalho, de inventar formas de convivência. Não é só um corpo magro, como no balé, que pode dançar. Elas criaram uma maneira própria, baseada em tradições do Marrocos. É uma linguagem que está só ali no corpo delas”, define Adriana.

As oficinais de criação, voltadas aos estudantes e profissionais de dança, vão tratar sobre as próprias apresentações do festival. Os bailarinos têm a possibilidade de entender o pensamento, o procedimento, a maneira como o artista trabalha, como ele criou aquele espetáculo, explica Adriana.
A curadora cita que essa é uma oportunidade única, já que a cidade de São Paulo, apesar de estar presente no circuito mundial de cultura, não contava com um festival de dança contemporânea. O evento ocorre entre 29 de outubro e 15 de novembro, na Galeria Olido, Avenida São João, número 473 (com entrada livre) e no Sesc Santana, Avenida Luiz Dumont Villares, número 579, com ingressos a R$ 20. A programação completa pode ser consultada no site oficial.