Dilma pede a ministros unidade e atuação junto às bancadas

Na primeira reunião ministerial realizada após a reforma administrativa, a presidenta Dilma Rousseff pediu, nesta quinta (08), unidade aos titulares das pastas para que atuem junto às bancadas de seus partidos no Congresso na defesa do governo. 

Reunião ministerial

Na pauta do encontro, esteve o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), recomendando a reprovação das contas do governo em 2014. “A presidenta é uma guerreira. Ela opera muito bem nas dificuldades. Evidentemente que a gente preferia a análise feita pelo TCU culminando de outra forma. Mas ela encarou com respeito a decisão do TCU e entende que esta é uma página virada. E vamos fazer a batalha no julgamento que será feito pelo Congresso Nacional”, disse o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, após a reunião.

No encontro, os ministros da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, expuseram os argumentos usados pelo governo durante o julgamento das contas no TCU. O objetivo foi esclarecer a defesa do governo e "homogeneizar a informação",  para que todos os ministros trabalhem com os parlamentares de seus partidos.

"Há o sentimento de reconhecer o esforço da presidente de liderar um governo de coalizão. Que os próprios ministros indicados cobrem suas bancadas uma sustentação para o governo no Congresso", disse Wagner.

Segundo ele, foi apontado no encontro que os ministros devem ajudar o governo junto a suas bases na atuação na Comissão Mista de Orçamento (CMO), onde o parecer do TCU será analisado em primeira instância. “Agora é importante fazer debate político, com razões de governo. Considero que foi uma reunião de muita unidade entre os ministros”, declarou.

O ministro afirmou que o parecer do TCU em nada embasa os pedidos de impeachment propostos pela oposição inconformada com o resultado das urnas. “Processo de impeachment cada um pode propor o que quiser. Não vejo como elemento de prova um parecer que sequer foi votado", acrescentou.

O chefe da Casa Civil reiterou que fatos ocorridos antes de janeiro de 2015 não podem servir de base para um afastamento da presidenta. "O impeachment não pode ser usado como ferramenta política", acrescentou.

Wagner classificou de “acomodação do processo da reforma” as consecutivas faltas de quórum no Congresso para a votação dos vetos presidenciais, nesta semana. Sobre a questão, o ministro disse que a orientação do Palácio do Planalto é que os ministros busquem unidade com a base aliada, visto que há uma “pauta pesada” de votações à frente. “A preocupação é estar sempre atento aos movimentos da oposição tem, que podem acontecer a qualquer momento.”

A reunião também serviu para a presidente reafirmar “o pedido de atenção particularmente ao PMDB para homogeneizar a bancada”, revelou. De acordo com o ministro, foi sugerida inclusive uma reunião semanal entre os sete ministros do partido.

O chefe da Casa Civil concedeu entrevista coletiva logo após a reunião ministerial, que durou cerca de duas horas. Segundo Wagner, após uma fala inicial de Dilma e dos ministros Adams e José Eduardo Cardozo, da Justiça, foi aberto espaço para que os demais colegas de Esplanada se manifestassem. Jaques Wagner disse ainda que “praticamente” todos os partidos foram representados na reforma ministerial e que agora vão buscar a aprovação dos projetos de interesse do governo.

O ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, pediu mais rapidez no atendimento do que for pactuado com as bases. “Muitas vezes, sai a decisão e fica no gabinete do ministro”, afirmou.