Estudantes se mobilizam contra reorganização escolar de Alckmin

Em São Paulo, cerca de 500 estudantes da rede pública estadual protestaram nesta terça-feira (6) contra a reorganização escolar proposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Por Juliana Cunha

Estudantes se mobilizam contra reorganização escolar de Alckmin - Foto: G1

O ato começou em frente à escola Caetano de Campos, na Aclimação, região central da cidade, e seguiu até o Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista. Por volta do meio-dia, a passeata se dividiu e parte dos alunos foi até a Secretaria Estadual de Educação, na praça da República, onde uma comissão de 11 estudantes foi recebida por representantes da Secretaria. No interior do estado, cerca de 25 cidades também se mobilizaram contra a proposta.

Prevista para o ano que vem, a medida pretende dividir as escolas públicas do estado por ciclos, fazendo com que cada escola ofereça aulas de apenas um dos três ciclos do ensino básico, compartimentados entre Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

O objetivo, segundo nota emitida pelo governo, é “melhorar a gestão das unidades e possibilitar a adoção de estratégias pedagógicas focadas na idade e na fase de aprendizado dos alunos”.

O secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, estima que o plano afete até mil escolas, atingindo até 2 milhões de estudantes (a rede estadual de ensino tem 5.108 escolas e 3,8 milhões de alunos). De acordo com Voorwald, os alunos serão transferidos para escolas até 1,5 quilômetro distantes de onde estudam hoje. No dia 14 de novembro, a Secretaria de Educação fará um encontro com os pais e responsáveis para explicar como funcionará a redistribuição de alunos.

Ociosidade

O governo alega que a reorganização é necessária por conta da ociosidade da rede e não descarta o fechamento de algumas escolas. Segundo Voorwald, a municipalização do ensino infantil, a diminuição da natalidade e a migração de alunos para a rede privada resultaram em um excesso de vagas na rede estadual.

Apesar da suposta ociosidade, o governo não pensa em alterar o número de alunos por classe, que hoje se encontra em 30 para o ciclo 1 do ensino fundamental, 35 para o ciclo 2 e 40 para o ensino médio.