Ministério do Desenvolvimento Social derruba mitos sobre Bolsa Família

Em debate sobre as principais propostas para o Bolsa Família e a Assistência Social feitas na plataforma Dialoga Brasil, nesta segunda-feira (5), os secretários nacionais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) Helmut Schwarzer (Renda de Cidadania) e Ieda Castro (Assistência Social) combateram os preconceitos contra a população mais pobre. Os dois temas somam quase 700 sugestões no espaço de participação digital.

Bolsa Família

Helmut Schwarzer foi enfático ao esclarecer o mito de que as pessoas beneficiárias do Bolsa Família estão acomodadas por conta da transferência de renda. “Supõe-se que os beneficiários não trabalham. Isto é mito e preconceito. Cerca de 75% dos adultos do Bolsa Família estão no mercado de trabalho. É a mesma taxa das pessoas que não estão no programa”, disse.

Já Ieda Castro reforçou que é necessário enfrentar a falta de informação. “É um direito da pessoa receber uma transferência de renda. Ele não substitui a renda do trabalho, apenas complementa. As pessoas não estão deixando de trabalhar por conta disso”, completou.

Em relação à veracidade dos dados das famílias, ele defendeu o princípio da autodeclaração para os inscritos no Cadastro Único, como acontece no Imposto de Renda, da Receita Federal. “Quando você preenche o Imposto de Renda, você não manda nenhum documento em anexo comprovando a sua renda”, comparou. Depois do cadastro, são feitos cruzamentos com informações de emprego, de renda e de investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e, se for o caso, as famílias são chamadas para dar esclarecimentos.

No Dialoga, algumas das propostas apontam para a criação de mais condicionalidades para a família, como a obrigação de os pais estudarem. O secretário afirmou que, mesmo sem esta obrigação, os beneficiários estão procurando por melhores condições de vida. Hoje, segundo Helmut, cerca de 500 mil adultos do programa estão cursando supletivos (Educação de Jovens e Adultos).

“A condicionalidade de educação é voltada para os 17 milhões de crianças e adolescentes. A transferência de renda, em curto prazo, erradica a pobreza, e o investimento na educação das crianças é para quebrar o ciclo de pobreza no futuro”, explicou.