Tijolaço: Revistas descobrem que Eduardo Cunha não existe!

Aproprio-me das imagens das capas das três “grandes” revistas semanais, reproduzidas no Facebook de Fernando Morais. Salvo por duas pequenas notas na capa da IstoÉ e da Época – “nadica de nada” na Veja – o leitor que tiver passado algum tempo em Marte, olhando os córregos que a Nasa descobriu por lá, haverá de pensar que Eduardo Cunha, que era o todo-poderoso “dono” da Câmara, não existe mais.

Por Fernando Brito*, no Tijolaço

Capas revistas semanais

A “força súbita”, que a Veja via nele, virou “morte súbita”?

Ele não é mais o homem que vai derrubar o governo, colocando o impeachment a ser votado?

Não, ele é um cadáver insepulto no meio da sala da oposição e que não vai sair de imediato dali, como rapidamente o retiraram das capas de suas revistas.

E não há lençol que lhe esconda o fedor.

Embora o Fernando Morais – com toda a razão, aliás – chame a atenção para o fato de que as capas atacando Lula serem “a merecida paga que o PT recebe por ter, durante doze anos, chocado o ovo dessa serpente com verbas publicitárias do Estado”, eu prefiro destacar outra forma de olhar.

As contas de Cunha na Suíça – mais que as delações de sua propinagem, que se arrastariam num processo necessariamente longo no STF, nada parecido com os rallies de Sérgio Moro no Paraná, foram o prego no caixão da tentativa de depor, imediatamente, Dilma Rousseff, por conta da composição com o PMDB, que dá arrepios aos puristas que não se pejavam em aliar-se e bajular o presidente da Câmara, um homem, naturalmente, de trajetória limpíssima e ideias humanistas e modernas como as dos jovens rapazes de sua redação, amém.

O que vejo é que se transferiu a mira dos canhões para mais acima: Lula 2018.

Não que vão abandonar as escaramuças, pelo contrário. Com a ajuda luxuosa de quem não percebe que, na guerra ninguém sai de uniforme impoluto.

E como qualquer curioso sobre táticas de guerra sabe, mais importante que uma grande precisão dos tiros no “fogo de barragem” é o terror e o encolhimento que ele provoca nas forças de defesa.

Que faz ser a hora, antes de tudo, de “tocar reunir”.