Lula: Só uma imprensa cega de partidarismo criminaliza diplomacia

Por meio de sua assessoria, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu, nesta terça (29), matéria de O Estado de S. Paulo que tenta criminalizar as relações diplomáticas brasileiras. O jornal acusa o ex-presidente de atuar em favor da Odebrecht junto ao presidente da Namíbia, em 2009. "Só uma imprensa cega de preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter trabalhado por seu país e seu povo", diz a nota.

Lula e presidente da Namíbia

O texto, divulgado pelo Instituto Lula, destaca que, durante seus dois mandatos, o petista liderou 84 delegações de empresários brasileiros em viagens por todos os continentes, como forma de fortalecer as empresas e a economia nacionais. “A diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões, e isso representou a criação de milhões de novos empregos no Brasil", afirma a nota.

A matéria de O Estado de S. Paulo diz que “Miguel Jorge, então titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, escreveu mensagem em fevereiro de 2009, após almoço do petista [Lula] com o então presidente da Namíbia”. Nesta mensagem, ele teria dito que “PR” fez lobby em favor da Odebrecht. "Analistas da Polícia Federal dizem que 'PR' significa presidente da República", publicou o jornal.

De acordo com o informe do Instituto Lula, "há uma repetitiva, sistemática e reprovável tentativa de alguns órgãos de imprensa e grupos políticos de tentar criminalizar a atuação lícita, ética e patriótica na defesa dos interesses nacionais, atuação que resultou em um governo de grandes avanços sociais e econômicos, com índices recorde de aprovação."

A nota defende ainda a absoluta “legalidade e lisura da conduta do ex-presidente Lula, antes, durante e depois do exercício da Presidência do país, e da sua atuação pautada pelo interesse nacional”.

Ao comentar o episódio, o ex-ministro Miguel Jorge declarou que defender as empresas do país é uma prerrogativa de chefes de Estado, uma questão de interesse nacional. Segundo ele, é uma “obrigação funcional vender os interesses da empresa brasileira num mercado internacional altamente competitivo”.

“Levei mais de mil empresas brasileiras ao exterior em 12 missões comerciais grandes”, disse o ex-ministro, destacando que líderes do mundo inteiro atuam em defesa das companhias de seus países. "A primeira visita da rainha da Inglaterra ao Brasil, nos anos 70, foi especificamente para vender aviões ingleses, de uma empresa que depois foi uma das que formaram a Airbus. Acho que esse é o papel dos governantes, de realmente se esforçarem para ter um comércio exterior maior para os seus países", exemplificou.