Equador pede que Brasil apoie sentença contra empresa Chevron 

Um grupo de representantes do governo equatoriano reuniu-se, esta semana, com os deputados Jô Moraes (PCdoB-MG) – presidenta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional – e Edinho Bez (PMDB-SC) para discutir a homologação pelo Brasil de sentença pronunciada pela justiça do Equador, condenando a gigante do petróleo Chevron ao pagamento de US$ 9 bilhões por danos causados ao meio ambiente e populações indígenas daquele país.

Equador pede que Brasil apoie sentença contra empresa Chevron - Cláudia Guerreiro

A empresa americana Chevron foi responsável por desmatamento e derramamento de resíduos tóxicos na região, que causou gravíssimos danos ambientais na Amazônia Equatoriana, onde mais de duas mil pessoas morreram com diversos tipos de câncer na região.

Outros 30 mil aborígenes e população local foram profundamente afetados em sua saúde e modo de vida, uma vez que exploração petroleira causou o desmatamento de dois milhões de hectares e derramou mais de 650 mil barris de resíduos tóxicos – metais pesados resultantes da atividade – nas matas e rios, contaminando os mananciais de água. Hoje, etnias como os Cofanes, Sionas e Secoyas estão praticamente extintas.

As atividades da empresa na região ocorreram entre os anos de 1964 a 1990. Embora condenada pela justiça do Equador, a Chevron recusa-se a pagar pela restauração ambiental, negando-se a assumir sua responsabilidade sobre o rastro de destruição que deixou.

A Chevron decidiu recorrer da sentença equatoriana e desrespeitou convenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) que obriga os seus Estados signatários a reconhecerem as sentenças proferidas em seus Estados-membros.