Frente Brasil Popular será lançada em defesa da democracia e do Brasil

“Será um marco na história do Brasil. Uma reação”, assim define o cientista político, escritor e um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Roberto Amaral, sobre a Conferência Nacional Popular que acontece neste sábado (5), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Por Dayane Santos

Dilma Diálogo movimentos sociais - Agência Brasil

O evento, que vai instalar a Frente Brasil Popular, terá atividades ao longo de todo o dia e reunirá centrais sindicais, entidades estudantis e do movimento social, partidos políticos (PCdoB, PT, PSB e PDT), entre outras organizações que têm se mobilizado nos estados nos últimos meses em resposta ao golpismo e por avanços sociais.

Em entrevista ao Portal Vermelho, Roberto Amaral, que foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo do ex-presidente Lula, afirmou que “a defesa do mandato legal e legítimo da presidenta Dilma Rousseff é prioridade” desta frente que, segundo ele, não é única, pois várias foram instaladas nos estados e outras devem ser instaladas.

“Frentes democráticas e progressistas dos mais diversos setores e agrupamentos sociais e políticos. A frente é ampla e tem objetivo de unificar as forças em torno de questões que são centrais, como a defesa da democracia, e especificamente do mandato da presidenta Dilma, defesa dos interesses dos trabalhadores, da soberania nacional e de uma política desenvolvimentista, o que implica críticas à política do ajuste fiscal”, enfatizou Roberto Amaral, que foi uma das lideranças que idealizaram o movimento.

Segundo ele, a frente não tem caráter provisório, mas é um movimento permanente. “A frente nasce para enfrentar a ascensão da direita no Brasil, pois tudo mais é consequência dessa ascensão que é declaradamente contrária ao projeto progressista”, disse. “Entendemos que mesmo superada crise, a ameaça permanece. Por isso, a frente não tem um caráter provisório”, enfatizou.

Roberto Amaral resgata que essa ascensão da direita se repete ao longo da história do país. “Todas as vezes que o Brasil teve um governo nacional e popular, a burguesia não aceitou. Foi assim contra Getúlio, foi assim contra Jango e hoje contra a presidenta Dilma. Esse é um levante contra tudo isso”, frisou.

Comunistas reafirmam luta por avanços

Para o vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, a frente avançará na construção de “um projeto nacional de desenvolvimento, a partir das conquistas alcançadas neste ciclo de governos, e se fortalecer para fazer frente à atual encruzilhada em que se encontra”.

“Deve-se considerar que a maior e mais imediata dessas conquistas a preservar atende pelo nome de democracia e pelo mandato legítimo e constitucional da presidenta Dilma. Mas sempre contando com as forças autônomas do movimento político e social para fazer a disputa de seu projeto na sociedade, com o que pode se ajudar o governo ou impeli-lo a avançar”, completa.

PT convoca militância

Também em entrevista ao Vermelho, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, confirmou a sua participação no evento. “Num momento em que o Brasil e o mundo sofrem os efeitos da crise do capitalismo, é fundamental que movimentos sociais, cidadãos, intelectuais, centrais sindicais, juventudes, partidos políticos se unam para defender direitos, aspirações populares e um projeto nacional que aprofunde a democracia e o desenvolvimento sustentável do Brasil”, declarou Falcão.

E acrescentou: “Vamos combater o golpismo, que ameaça a vontade manifestada pelo povo nas urnas, e lutar contra a supressão de direitos e conquistas dos trabalhadores. Queremos um Brasil livre, soberano, com ampla participação popular nas decisões políticas, com desenvolvimento econômico sustentável, distribuição de renda, geração de empregos e inflação sob controle”.