Dilma: Relação do governo e Congresso deve centrar no bem do Brasil

Nesta sexta-feira (4), em entrevista às rádios Correio 98 FM, de João Pessoa, e Campina FM, de Campina Grande, ambas da Paraíba, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo optou por “um caminho de transparência e verdade” ao enviar o Orçamento 2016 ao Congresso Nacional com a previsão de deficit.

Dilma aplaude

“Poderíamos mandar receitas de tributos junto, mas não mandamos porque preferimos deixar que o Congresso possa debater o problema da queda nas receitas”, disse Dilma, enfatizando que o governo não fez cortes nos programas sociais “porque quando você está passando dificuldades, você precisa preservar que quando a dificuldade passar, você possa avançar”.

Dilma salientou que seria um retrocesso o corte dos investimentos sociais porque são essenciais para a retomada do desenvolvimento. A presidenta detalhou ainda que a maior parte do Orçamento é destinado ao pagamento com Previdência, benefícios com assistência, gastos com pessoal, e despesas obrigatórias, que consomem 88% do R$ 1,31 trilhão da receita. “O que faz com que o Orçamento se desequilibre são os gastos obrigatórios”, completou.

Sobre a relação com o Congresso Nacional, Dilma defendeu que é preciso evitar a aprovação de medidas que elevem os gastos e disse que o governo está fazendo a sua parte, enxugando “mais gastos”, mas fez questão de frisar que as novas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) só sairão do papel se houver novas receitas.

“Temos de discutir novas fontes de receita. Não queremos ficar com o deficit, queremos discutir as receitas necessárias para não ter deficit”, enfatizou a presidenta, afirmando ainda que o governo vai discutir tais medidas com o Congresso e a sociedade, “mas não vamos transferir a responsabilidade para ninguém, vamos indicar de onde virá a receita”.

A presidenta afirmou, ainda, que a relação do Executivo com o Congresso tem de contemplar a estabilidade macroeconômica, política e social e considerou natural as divergências políticas.

“Podemos divergir, mas temos de dialogar sempre e procurar consenso, independentemente da diferença partidária, o que está acima de tudo é o Brasil”, disse. “A relação entre o governo e o Congresso tem de estar centrada para o bem do Brasil, contemplar a estabilidade macroeconômica, política e social do país.”

Ainda sobre o assunto, Dilma reafirmou a sua disposição para o diálogo, mas disse estar ciente de que só há concordância absoluta “na calma dos cemitérios” e que “fora da calma dos cemitérios o princípio que orienta é o da estabilidade do país”.

Nordeste

A presidenta comentou ainda que o governo está comprometido com obras no Nordeste para reduzir a desigualdade histórica, citou que a região tem um volume maior de obras para segurança hídrica do que São Paulo, que enfrenta uma seca histórica. “É óbvio que em algumas obras diminuímos o ritmo, mas mantivemos todas”, completou.

Dilma estará em Campina Grande, na Paraíba, para a entrega de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. A tarde ela se reúne com empresários em João Pessoa e participa do programa Dialoga Brasil.