Deputados pedem inclusão de clubes na gestão de centros olímpicos

A inclusão de clubes na gestão dos futuros centros de treinamento para atletas olímpicos, que ficarão de legado após os jogos Rio 2016, foi defendida na terça-feira (18), durante audiência pública da Comissão do Esporte, que discutiu o Plano Brasil Medalhas, do governo federal.

- Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

Representantes do Ministério do Esporte detalharam a situação dos centros de treinamento para atletas de alto rendimento que estão sendo construídos no Ceará, em São Paulo e no Paraná. Um deles, dedicado ao judô, já está pronto e funcionando em Lauro de Freitas, na Bahia, mas enfrenta dificuldades.

Bicampeão mundial de judô, o deputado João Derly (PCdoB-RS) informou que a Confederação Brasileira de Judô tem sofrido para manter o centro de treinamentos da Bahia. Como alternativa, o parlamentar sugeriu que os clubes formadores de atletas também sejam privilegiados nesse modelo de gestão.

“É importante inserir os clubes, que, afinal, são os que cuidam do cotidiano dos atletas. Quem vai continuar, agora, com a gestão [do centro de treinamento]? A confederação terá de buscar mais recursos para fazer essa gestão?", questionou.

O coordenador de Eventos do Ministério do Esporte, Vitor Almada, explicou que a gestão dos centros é definida a partir de negociações entre os governos envolvidos e as entidades responsáveis pela modalidade esportiva para a qual o centro se destina.

“Cada centro de treinamento tem o seu modelo, mas geralmente é feito dessa maneira: parceria do governo federal com o estado ou o município – porque não se pode construir em local de entidade privada, mesmo sendo sem fins lucrativos – e se faz uma cessão de uso, juntamente com a confederação ou uma federação estadual”, afirmou Vitor Almada.

Medalhas

Quanto ao Plano Brasil Medalhas, os representantes do Ministério do Esporte confirmaram a meta de deixar o país entre os dez primeiros no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos e entre os cinco nos Paralímpicos em 2016.

O diretor de Esporte de Base e Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Guilherme Raso, fez avaliação positiva sobre os preparativos dos atletas olímpicos e paralímpicos e também da construção dos centros de treinamento.

"A esperança é que o programa Brasil Medalhas realmente chegue aos objetivos traçados: conquistar as medalhas de 2016 e, ao mesmo tempo, construir legados diversos. Acredito que estamos em um bom caminho: temos um controle bem rigoroso dos recursos e alguns bons resultados já se mostram, como no Parapan", declarou.

Do total de investimento governamental previsto (R$ 262 milhões) para o período 2013/2015, R$ 118 milhões já foram efetivamente aplicados. Ao todo, 395 atletas de 43 modalidades são beneficiados, sobretudo por meio do programa Bolsa Pódio.

Ex-ginasta e medalhista panamericano, Mosiah Rodrigues, atual coordenador do programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, ressaltou que os recentes Jogos Pan e Parapanamericanos de Toronto, no Canadá, serviram de "ensaio" para o desempenho brasileiro nos Jogos Rio 2016.

"O nosso foco aqui é 2016, mas o esporte segue pós-olimpíada e Jogos Paralímpicos. Então, queremos construir uma política de esporte perene para que a gente consiga evoluir", disse Mosiah Rodrigues.