O Brasil amanhã

O Brasil no governo do PT é progressista e popular, chegamos a essa conclusão ao observar o Brasil nos últimos 12 anos. O engraçado é que a culpa de tudo é  do principal partido adversário, o PSDB, pois nas mãos de FHC nosso Brasil sofreu com a redução do Estado.

"Por Renato de Souza Lemos*, especial para o Vermelho

mais médicos - Ministério da Saúde

O neoliberalismo vendeu empresas nacionais e lucrativas  a preço de banana (como a maior mineradora do mundo a Vale do Rio Doce) e limitou a capacidade infinita do Brasil, levando-o a ser apenas um complemento de finanças de  poucas e extremamente milionárias grandes empresas estrangeiras. Através de FHC, o PSDB levou à miséria milhões de brasileiros, expondo o povo brasileiro à recessão, desemprego, drogas, violência e doenças. A juventude sofreu na pele.

Quando vemos o Brasil de hoje, fica difícil acreditar que aquele outro Brasil existiu. Quando 50 milhões de brasileiros saem da pobreza, quando 18 mil médicos começam a atender mais de 60 milhões de brasileiros na atenção primária à saúde, quando milhares de pessoas passam a ter luz elétrica, praticamente esquecemos dos desastres de outros tempos. Quando se fortalecem a indústria nacional, os acordos multilaterais e a relação política e econômica externa (até com a Ásia e com a África), quando os direitos às trabalhadoras domésticas passam a ser garantidos, quando gays, lésbicas, travestis transexuais passam a ter voz, quando se fortalecem o direito à liberdade religiosa, os direitos às mulheres, aos pretos, indígenas e amarelos é o povo brasileiro que está sendo defendido. Quando se defende a pátria educadora, o fim do financiamento privado de campanhas, as ciclovias, o passe livre estudantil, a legalização do aborto, a legalização da maconha, o estatuto da criança e do adolescente (contra a redução do maioridade penal),  é o povo brasileiro que está sendo defendido.

Ainda que importantes tais avanços e conquistas, eles devem ser fortalecidos e ampliados sem subestimar a reação da turma do PSDB. Sim, eles conseguiram  estancar o crescimento do apoio nacional a Lula-Dilma com a ajuda da crise mundial mas, principalmente, com a farta criação de factoides que contou com pesada ajuda do poder judiciário. O que dizer de um poder judiciário que prende somente políticos do PT por corrupção? O PSDB não tem corruptos? E dos inúmeros desmandos da grande mídia? Sabemos que um dia antes das eleições a Revista Veja cometeu crime gravíssimo, lançando em sua capa a afirmativa de que Dilma e Lula sabiam –  e logo eram corruptos – do caso de corrupção da Petrobrás e que no dia 15/03/2015 a Rede Globo mobilizou milhares de pessoas para irem as ruas derrubar a Dilma chegando a anunciar 1 milhão de pessoas na Avenida Paulista quando esta não tem capacidade para mais de 200 mil (segundo a Folha de São Paulo). A verdade é que os inúmeros factoides midiáticos e a parcialidade vergonhosa do poder judiciário confirmam que jamais se viu tamanha tentativa de golpe no período pós ditadura.

Dilma foi reeleita, mas o Congresso perdeu valorosos deputados progressistas, abrindo espaço para a turma do PSDB. Ainda que de outro partido, Eduardo Cunha se apresenta como o  principal adversário das conquistas do Governo Lula – Dilma. Ele é o líder da bancada conservadora que se fez maioria no congresso, sendo líder também da turma do PSDB. E usa de má fé o seu poder na Câmara. Através de manobra rasteira, modifica a Constituição para satisfazer seu sonho de ver a criança pobre e preta atrás das grades, manipula a vontade da casa e cala as vozes de junho de 2013 – na medida em que mantém o financiamento privado de campanhas por empresas capitalistas.

Todos sabemos que o Brasil está em crise econômica, que a inflação está aumentando e que isso significa menos comida na mesa do trabalhador, menos emprego, corte de gastos das indústrias etc… No entanto, não é isso o que incomoda a elite golpista do PSDB. Eles não estão nem aí se a gasolina está cara, se o trabalhador está desempregado, se o jovem não está na escola ou se não consegue o primeiro emprego. Para eles o problema é o poder: eles estão fora e isso é inadmissível. Pois a crise nas mãos deles teria outro governo, outra gestão: a gestão das empresas que os beneficiam. Ou seja, o ajuste fiscal seria muito maior. Nestas circunstâncias de laços radicais com o interesse privado, por que o governo deveria garantir educação de qualidade, saúde e moradia? Bastaria deixar as empresas assumirem esses setores. O governo tucano não teria custos, já que tudo seria privado, tudo teria um preço. Venderiam a Petrobras e até a vida do trabalhador. Repito: para eles não seria problema essa crise econômica e muito menos uma crise política, já que essa última é justamente fermentada por eles mesmos – PSDB e Rede Globo – enquanto oposição que faz questão de inflar a crise para desestabilizar o governo, mesmo às custas de prejudicar o país. Usam de mentiras na televisão e nos jornais, buscando apenas aumentar o ódio da população ao governo Dilma. Fazem questão de dizer: “é tudo culpa da Dilma”, “Fora Dilma”, “Fora Lula”, “Fora PT”, como se não existisse em nenhum setor responsabilidade dos governos municipais, estaduais (pensemos na seca no sudeste), responsabilidade da câmara dos deputados e do senado ou como se não existisse crise econômica internacional (veja a Grécia)… Porque, esbravejam eles, “é tudo culpa da Dilma”. Ao final, o que esta por vir é a tentativa de um golpe político ou judiciário – tal como fizeram em Honduras com o presidente Manuel Zelaia ou no Paraguai com Fernando Lugo recentemente. O que eles querem é o poder. Custe o que custar.

Contudo, o povo brasileiro também não deve ser subestimado. Afinal, foi ele quem elegeu democraticamente o governo atual. Ainda que muitos brasileiros saiam às ruas para protestar, a maioria desses não apoia um golpe político e sim quer melhorias sociais, quer ver o Brasil crescendo como há 5 anos atrás, quer avançar mais. Esse mesmo povo saberá, na hora certa, dizer às elites: o governo fica e os golpistas não passarão!