Flávio Dino defende frente ampla em defesa da governabilidade

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB afirmou que a presidenta Dilma Rousseff deve buscar apoio dos governadores estaduais como uma forma de retomar o seu capital político. Por iniciativa dos governadores do Nordeste, a presidenta deve se reunir com os representantes dos estados.

Atual governador do Maranhão, Flávio Dino quer implantar políticas de inclusão digital.
- Marcello Casal Jr. / Arquivo Agência Brasil

O governador defendeu a reorganização da esquerda e do campo progressista para fortalecer a governabilidade e a democracia. "Eu defendo algo parecido à Frente Ampla do Uruguai ou à Concertação chilena [união de 17 partidos]. Ou seja, os partidos mantêm suas identidades históricas, mas se aglutinam em uma nova institucionalidade, para você ter um novo polo na esquerda", disse o governador.

"Deve-se criar algum tipo de diálogo entre as principais forças políticas do país, sobretudo no nível institucional: regras do jogo, tirar o impeachment da mesa, respeitar a autonomia da polícia e do Judiciário, liberdade para o desfecho da Lava Jato", disse Flávio Dino em entrevista ao El País.

Flávio Dino destacou que a presidenta Dilma deve "se apoiar nas lideranças políticas que não estão no olho do furacão", se referindo aos governadores. "Ela tem que tentar construir uma agenda para o país que seja fora da agenda da crise política", completou.

Câmara Federal e Eduardo Cunha

Questionado sobre como avalia ao clima política na Câmara dos Deputados, o governador do Maranhão disse que um fato externo da política levou à dissolução completa da agenda nacional. "Esse fato é a Operação Lava Jato. A política passou a ser pautada pela agenda da polícia, do poder Judiciário, do Ministério Público", enfatizou.

Segundo ele, o governo tem dificuldade de abordar a crise econômica e de outro, o Congresso produz debates que são secundários. "É como se a agenda verdadeira do país estivesse sendo secundarizada. E as consequências aí estão: a crise brasileira tem uma dimensão econômica, mas o mais desafiador é a dimensão política", afirmou.

Sobre o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Flávio Dino afirmou que o parlamentar tem "uma dificuldade objetiva, determinada pela Operação Lava Jato".

"Progressivamente ele vai ter dificuldades de exercer o cargo que exerce. Na conjuntura atual ele precisa de conflitos para tirar o foco dele, ele não é um agente pacificador neste momento", avaliou.