Dilma, Temer e ministros traçam estratégia para unificar base aliada

A presidenta Dilma Rousseff realizou nova reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, e 12 ministros do seu governo nesta segunda-feira (27), com o objetivo de unificar a base política para o segundo semestre no Congresso Nacional. Também nesta segunda, ela realizou reunião da coordenação política que definiu as principais ações do Executivo neste segundo semestre.

Dilma Temer e Mercadante 1 - Agência Brasil

Além de Dilma e do vice Michel Temer, estiveram presentes na reunião os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), do Planejamento, Nelson Barbosa (PT), da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo (PCdoB), dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues (PR), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro (PTB), das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), dos Esportes, George Hilton (PRB). Também participaram os titulares das secretarias de Portos, Edinho Araújo (PT), de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif (PSD), e da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho (PMDB).

Com o fim do recesso parlamentar na próxima semana, a ideia é que os ministros passem a buscar apoio entre os congressistas de seus partidos, para que o governo obtenha apoio nas votações que considera importantes. A estratégia é pedir aos ministros de diferentes partidos que convençam os parlamentares da importância de acompanhar o governo nas votações do Legislativo. O Planalto busca, assim, obter apoio dos parlamentares para que não aprovem medidas que causem impacto financeiro elevado, além de finalizar a aprovação do ajuste fiscal proposto pelo governo.

A presidenta destacou que apesar da crise, "o pior é a instabilidade" política, que também afeta a economia, principalmente pelos efeitos provocados pela ação midiática da Operação Lava Jato. "Esse clima de incerteza se replica por toda a sociedade, influenciando nas decisões dos principais agentes econômicos, o que potencializa o atual momento de paralisia nas atividades", reforçou ela, apontando a queda de 1 ponto percentual no PIB brasileiro como resultado.

De acordo com fontes, Dilma teria dito que essa instabilidade foi a causa das derrotas sofridas pelo governo no Congresso, mas salientou que “não fomos derrotados nas votações das medidas provisórias”. Para ela, o problema foram os enxertos que deputados e senadores acrescentaram em várias MPs.

A presidenta citou especificamente o aumento dos salários para funcionários do Poder Judiciário, de até 78,5%. Dilma vetou esse dispositivo e falou aos ministros sobre a necessidade de todos conversarem com deputados e senadores para que a decisão seja mantida.

Em agosto, após a volta dos deputados e senadores às atividades normais, estão previstas apreciações dos projetos que alteram a forma de reajuste do FGTS, a reforma do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o projeto de repatriação de recursos de brasileiros do exterior. Ainda parte do ajuste, o Senado precisa votar a proposta que muda as regras da desoneração, acabando com a renúncia fiscal sobre a folha de pagamento das empresas que receberam benefícios sobre o pagamento no ano passado.

Na Câmara, está prevista a votação em segundo turno de três Propostas de Emenda à Constituição: a que trata do financiamento empresarial de campanha – que faz parte da reforma política – a do pacto federativo e a da redução da maioridade penal. Além disso, o Planalto deve enfrentar no Congresso a análise de vetos presidenciais sensíveis para as contas públicas, como o que reajusta o salário dos servidores do Judiciário e a mudança do fator previdenciário.

Outro tema tratado nas reuniões desta segunda foi o encontro agendado com os governadores de estados de todas as regiões para discutir a governabilidade e o ajuste das contas públicas diante das perdas de arrecadação, além da própria reforma do ICMS. O encontro ainda não tem data definida.