Requião aponta normalidade em relatório sobre visita à Venezuela 

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou, na semana passada, o relatório sobre a visita da comitiva de senadores à Venezuela em junho. No texto, ele afirma que o problema do país vizinho é a ausência de diálogo entre as forças políticas e que esse problema deve ser resolvido após as eleições parlamentares marcadas para dezembro e de um possível recall em 2016.  

Requião aponta normalidade em relatório sobre visita à Venezuela - Agência Senado

“A grande exigência da oposição era o estabelecimento das eleições, que foram marcadas para o dia 6 de dezembro. Dessa forma, eu quero dizer que nos desincumbimos dessa tarefa sem nenhum problema”, disse o senador.

O chamado recall é previsto na Constituição da Venezuela na metade do mandado do presidente, que, no caso de Nicolas Maduro, se dá em 2016. Para que haja esse referendo, são necessárias as assinaturas de 20% dos eleitores do país. O referendo, segundo Requião, pode derrubar um governo.

O senador disse no Plenário, ao apresentar o relatório, não ter encontrado dificuldade de acesso ao país vizinho. A primeira comissão, que visitou o país uma semana antes com a intenção de conversar com presos políticos, não conseguiu cumprir a missão. A van que conduzia os senadores foi parada por manifestantes e os senadores tiveram que retornar ao aeroporto. A ida de uma segunda comitiva gerou críticas dos senadores da oposição.

Diferença de propósitos

Os senadores oposicionistas também criticaram o relatório de Requião. Para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que estava na primeira comitiva de senadores em visita à Venezuela, causa estranheza o depoimento de Requião sobre a normalidade naquele país, já que a primeira comitiva de senadores não foi bem recebida no país vizinho.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defendeu a segunda comissão enviada à Venezuela, da qual fez parte. Para ela, o fato de a comissão ser bem recebida não foi por acaso. Segundo a senadora, o primeiro grupo de senadores não pediu autorização ao governo e não tinha uma agenda definida, ao contrário do segundo.

O senador Telmário Mota (PDT-RR), integrante da segunda comissão, disse que a primeira já tinha uma tendência e que por isso não foi bem recebida.

Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a segunda comitiva como equilibrada, já que os senadores conversaram tanto com opositores quanto com governistas. O senador disse que a posição do governo brasileiro é reconhecida como positiva mesmo por oposicionistas do país vizinho.

Os dois senadores também defenderam a ida de uma comissão ao país vizinho em dezembro para acompanhar as eleições.