Ato em Brasília reforça luta em defesa da Petrobras e pela democracia

Na manhã desta terça-feira (14), em Brasília, representantes dos movimentos sociais, parlamentares do PCdoB, PT, PDT, Psol e centrais sindicais, realizam um ato público em defesa da Petrobras e pela Democracia, organizada pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. O ato também faz parte da agenda de lutas da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Petroleiros protestam contra projeto de Serra: “entreguista” - FUP

O intuito do ato é a luta pela manutenção da Lei da Partilha, que destina recursos do pré-sal ao cumprimento de metas da educação, barrando o projeto do senador José Serra (PSDB-SP). Para a categoria, retirar a autonomia da Petrobras é entregar a estatal para o capital estrangeiro.

Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, ações organizadas na semana passada, em todo o país, “evitaram que um projeto entreguista fosse votado às pressas, sem devido entendimento dos parlamentares e da sociedade”.

A votação, caso permanecesse em regime de urgência, seria realizada no último dia 6. O adiamento foi comemorado pelos petroleiros.

A manifestação faz parte dos atos organizados pela categoria, que aprovou a luta em defesa da Petrobras, para que o pré-sal se mantenha como patrimônio nacional. “Sabemos que, se este projeto passar, perderemos o controle sobre este recurso fundamental para as conquistas sociais que tivemos nos últimos doze anos”, argumenta o coordenador da FUP.

Entre outras propostas de desmonte das prerrogativas da Petrobras, o texto do Serra prevê a revogação do artigo 4º da Lei 12351/ 2010, do sistema de partilha. O artigo não apenas assegura a participação mínima da empresa brasileira em pelo menos 30% de todos os blocos de exploração contratados, mas também determina a atuação da Petrobras como operadora da exploração.

Luta inspirada em 1995

Os sindicatos já iniciaram assembleias, que prosseguem até o dia 17, onde os trabalhadores estão aprovando os indicativos da FUP de estado de greve e de assembleia permanente. Nesta terça-feira (14), os petroleiros iniciam uma série de mobilizações, com atos em Brasília e em diversas unidades da empresa, que culminarão na paralisação de 24 horas no dia 24 de julho. “É apenas o começo de uma árdua batalha, que remonta a 1995, quando os trabalhadores da Petrobras realizaram a maior greve da categoria e impediram a privatização da empresa. Vinte anos depois, os petroleiros são novamente chamados à luta”, diz a nota da organização sindical.