Urariano: O Congresso do atraso impõe a barbárie no lugar de cidadania

"Quem votou pela criminalização de adolescentes, votará, mais adiante, pela pena de morte no Brasil. Aguardem. Esse congresso ainda vai aprovar a morte de criminosos de qualquer idade. 'Se Deus quiser', como falaria a bancada evangélica, que comemorou mais essa prova de amor maior pela humanidade", comentou Urariano Mota, colunista da Rádio Vermelho, em relação à "pedalada" regimental que colocou em votação mais uma vez, na Câmara dos Deputados, a redução da maioridade penal. 

O Congresso do atraso impõe a barbárie no lugar de cidadania

"Em um país de cotidiana prática de tortura nas delegacias policiais, cometidas sempre contra os delinquentes de fato ou em potência, a saber, negros e pobres; em um país cuja maior escola, para todo o povo, foi e tem sido a herança da escravidão, que naturalizou a dor contra pessoas como se fossem bestas; em um país que mal saiu de uma ditadura que matou, destruiu e mutilou brasileiros sob o aleijão ideológico de que apagavam terroristas, demos este passo atrás", desabafou o colunista da Rádio Vermelho.

Ao citar a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), Urariano Mota mostra o golpe orquestrado pela chamada bancada da Bala, do Boi e da Bíblia (BBB).  "À margem do regimento como uma "pedalada regimental' e declarou que ela pode criar um "precedente perigoso". Como criou. "Se hoje serve a alguns, amanhã servirá a outros. Ganhar no tapetão não serve a ninguém", falou".

"O autor da armação, claro, mais uma vez foi o deputado Eduardo Cunha. Ele juntou partes de emendas não votadas, e com uma proposta 'Frankestein' voltou a apresentá-la como se fosse nova. Derrotado um dia antes, ele voltou na noite seguinte. Ele age como um vilão dos filmes de terror medíocres, à primeira vista. Isso porque ele usa sempre a frase, quando derrotado: 'Eu voltarei' ", completou.