Redução da maioridade terá efeito desastroso, diz ministro da Justiça

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (30) que a eventual redução da maioridade penal trará "consequências desastrosas" para a segurança pública. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) deve ser votada nesta terça pela Câmara dos Deputados.

José Eduardo Cardozo em reunião no ministério da Justiça com base aliada para tratar da maioridade penal - Agência Brasil

Após reunião de líderes da base aliada para discutir o tema, Cardozo afirmou: "Observei que a situação, caso seja aprovada [a redução da maioridade], do sistema prisional brasileiro será alarmante, e as consequências serão desastrosas para a segurança pública do país".

O ministro também deve ir ao Congresso para debater a redução da maioridade, em audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres. No Salão Verde, o ministro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Pepe Vargas, a consultora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Casimira Benge e representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) marcaram uma coletiva para tentar convencer os deputados que ainda estão indecisos.

No gramado do Congresso, manifestantes contrários e favoráveis à mudança do Código Penal estão acampados e promovem uma série de atos.

Um vídeo lançado pelo Unicef faz um alerta contra a redução da maioridade penal. Para a organização, a sociedade está preocupada com a violência, mas culpar os adolescentes não é a solução do problema. O vídeo faz parte de uma campanha contrária à redução da maioridade. Nela, o coordenador de Programas para Adolescentes da organização, Mario Volpi, diz que somente 0,01% dos 21 milhões de adolescentes do Brasil cometeram atos contra a vida. No entanto, ele lembra que a cada hora um adolescente é assassinado no Brasil, o que faz com que o país seja o segundo em homicídios de adolescentes no mundo.