Paim diz que terceirização é massacre aos trabalhadores

Em entrevista à Rádio Web Agência Sindical, o senador Paulo Paim (PT-RS), fez severas críticas ao texto aprovado na Câmara, originado no PL 4.330/2004 do ex-deputado Sandro Mabel, assinalando que a proposta “desorganiza todo o mundo do trabalho”.

Senador Paulo Paim durante audiência pública na assembléia legislativa de São Paulo sobre PL da terceirização - Roberto Parizotti/Cut

“Não teremos mais metalúrgicos, comerciários, bancários. Serão todos trabalhadores de aluguel. Desorganiza também os Sindicatos. É o lucro sobre o lucro e isso está trazendo uma preocupação muito grande para todos os brasileiros”, afirmou o senador que está percorrendo todo o país para debater o projeto – numa iniciativa inédita do Senado.

Nesta segunda-feira (29), ele participou de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde presidiu a sessão que é parte da maratona de debates sobre o PLC 30/2015, que libera a terceirização nas atividades-fim das empresas. Paim é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.

Senzala

Paim considerou “um massacre o que estão querendo fazer com os trabalhadores”. E completou: “Chego a dizer que é quase a revogação da Lei Áurea e voltarmos ao regime da escravidão, onde o patrão só dava a alimentação e a senzala para o trabalhador e o resto era tudo lucro pra ele. Essa avareza pelo lucro é que fez com que surgisse essa proposta pela terceirização”.

A primeira audiência pública aconteceu na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, dia 29 de maio. A segunda foi dia 9 de junho, em Santa Catarina. Dia 19, no Paraná. Na última quinta (25), foi no legislativo do Rio Grande do Sul e, na sexta (26), no Rio de Janeiro.

Os debates são organizados pelo Fórum Permanente em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização, que congrega Centrais Sindicais, pesquisadores, juízes e entidades que atuam no mundo do trabalho.