Brasil vai alavancar a agroecologia, afirma Patrus Ananias

As políticas brasileiras de incentivo à agroecologia foram apresentadas pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, a governantes, representantes da sociedade civil e acadêmicos de países da América Latina e Caribe. O ministro destacou, especialmente, o plano Brasil Agroecológico, o investimento em assistência técnica e extensão rural, e o aumento da comercialização.

Patrus Ananias - Paulo Henrique Carvalho/ MDA

“Estamos trabalhando como questão central a agroecologia, a conciliação da produção com a qualidade, a saúde e a preservação do meio ambiente”, informou.

A apresentação ocorreu, nesta quinta-feira (25), durante a abertura do Seminário Regional sobre Agroecologia na América Latina e Caribe, que termina nesta sexta-feira (26), em Brasília. O evento é promovido pelo MDA em conjunto com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (Reaf), a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a Aliança pela Soberania Alimentar na América Latina e no Caribe (Aliança).

Patrus reafirmou que o país ainda vai investir muito em pesquisa, desenvolvimento científico, tecnológico e cultural para alavancar a agroecologia. “Isso para encontrar o equilíbrio de preservar o meio ambiente, a terra, os recursos naturais, a água para as gerações futuras. E ao mesmo tempo produzirmos alimentos, bens e serviços necessários para uma vida digna e decente para todas as pessoas”, completou.

O representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, destacou o compromisso da organização em levar adiante as diretrizes finais do seminário. “Esse encontro faz parte de três grandes seminários a nível global. Estaremos também na África e Ásia”, explicou.

Para o representante da secretaria técnica da Reaf, Fernando Rodriguez, o tema dialoga com a questão do desenvolvimento do campo. “Consideramos de fundamental importância e um grande desafio a discussão desse formato de produção que pode impulsionar a agricultura familiar”, considerou.

Na avaliação do representante da Celac, Efraín Isacas, é preciso levar a agroecologia a outros níveis e tratá-la com prioridade. “Temos que fazer um esforço e mostrar que ela traz uma enorme contribuição para a economia dos agricultores familiares e de todos os países”, afirmou.

A coordenadora do Movimento das Mulheres Camponesas da Via Campesina e representante da Aliança dos Povos pela Soberania Alimentar da América Latina e Caribe (Aliança), Adriana Mezzadri, relatou a luta pela promoção da agroecologia no meio rural. “Nós temos debatido, defendido e resistido com muita força essa perspectiva de construção coletiva. Para nós a agroecologia é essa construção coletiva e que tem a ver com a soberania alimentar e popular de todo o povo”, explicou.

Ao final do seminário, os participantes elaborarão uma declaração com diretrizes para o desenvolvimento da agroecologia na América Latina e Caribe, com sugestão de ações que possam contribuir para a discussão do assunto em diferentes fóruns de integração regional.

Participam do evento pesquisadores, governantes e representantes de movimentos de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais.