Senadora ressalta diferenças entre as duas viagens à Venezuela 

Na noite desta quarta-feira (24), a bordo do avião que levou à Venezuela a segunda comitiva de senadores brasileiros, no espaço de duas semanas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ressaltou a diferença entre a visita da atual delegação de senadores e a passada, que pretendia se encontrar com presos políticos e opositores ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. 

Senadora ressalta diferenças entre as duas viagens à Venezuela - Agência Senado

“É afirmação do caráter amplo e nem um pouco sectário que tem o Senado Federal do Brasil e o próprio país, vizinho e aliado da Venezuela. Infelizmente, a primeira comitiva que veio foi muito partidária, veio não para cumprir uma missão de Estado, não para cumprir uma missão humanitária, como eles dizem, mas para cumprir uma missão político-ideológica a favor da oposição ao governo”, afirmou.

A proposta dessa nova comitiva é verificar “in loco” a situação política, social e econômica da Venezuela. Na chegada a Caracas, os senadores que integram a segunda missão à Venezuela em duas semanas disseram que o objetivo da visita é ouvir todos os lados e mostrar que o Senado brasileiro não quer interferir na disputa política interna do país vizinho.

“Temos uma avaliação de que a primeira comitiva tinha um objetivo claro de reforçar a oposição. Estamos aqui para ouvir todos os lados. Não cabe a nós, senadores, acirrar qualquer disputa interna”, disse a senadora a jornalistas brasileiros.

Os senadores foram recebidos pelo embaixador brasileiro na Venezuela, Rui Pereira. Ele não quis comentar o episódio ocorrido com a comitiva que esteve na Venezuela na semana passada e, assim como na visita anterior, não acompanhou os senadores no trajeto até o hotel.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) defendeu a postura do embaixador. “Quem conhece de diplomacia sabe que o embaixador brasileiro não deveria estar dentro da van que foi cercada por manifestantes”, em referência aos fatos ocorridos com a comitiva dos senadores de oposição.

“Nós não somos ‘black blocks’, não viemos interferir nas eleições venezuelanas, não viemos para dar apoio político, mas para informar o Senado da situação. Vamos conversar com todas as tendências”, disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Agenda

Na agenda prevista para esta quinta-feira (25), às 8h30, os senadores se encontraram com o comitê de familiares vítimas das Guarimbas – barricadas montadas durante os protestos do ano passado.

Às 10h30, encontraram-se com esposas de líderes de oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro, que estão presos, e às 13 horas, a comitiva reuniu-se com a Mesa de Unidade Democrática, um grupo de partidos de oposição que se formou nas eleições presidenciais de 2006.

Às 15 horas, o encontro é com o Ministério Público e com a Defensoria Pública. A última atividade da comitiva em Caracas é a visita à Assembleia Nacional, onde os senadores se encontram com o presidente do Legislativo, Diosdado Cabello, e com a ministra de Relações Exteriores, Delcy Rodrigues.

O retorno ao Brasil está previsto para as 17 horas (18h30, horário de Brasília).