Machismo de deputado tucano gera bate-boca no Plenário da Câmara 

Um discurso do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) inflamou o Plenário no início da madrugada desta quinta-feira (25), durante a votação do projeto que revê a política de desoneração da folha salarial, alterando benefícios concedidos a 56 setores. Houve tumulto e bate-boca entre o deputado e o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).

Machismo de deputado tucano gera bate-boca no Plenário da Câmara - Agência Câmara

A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), também saiu em defesa da presidenta Dilma. “Dilma Rousseff foi eleita, quem não aceita isso, vá chorar, mas não venha desrespeitar a presidenta eleita”, disse Feghali, em resposta as palavras de Leitão que disse que “a presidente não merece mandioca, merece banana, um tchau”.

Nilson Leitão fez referência ao pronunciamento feito na manhã desta quarta-feira (24) pela presidenta Dilma Rousseff em que ela fez uma saudação especial "à mandioca". O discurso foi feito durante a abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.

“O que ela acha que é magnífico para o País, que é a mandioca, é o que ela está colocando nos brasileiros com esse projeto (que reduz desonerações). É uma irresponsabilidade sem tamanho”, disse Leitão.

O líder do governo, José Guimarães, reagiu na hora. “Não estou exigindo que concorde com o governo da presidenta Dilma Rousseff, mas que respeite a instituição, a mulher que é presidente do Brasil e não use essas palavras aqui no Plenário”, afirmou.

Guimarães pediu que as palavras do deputado da oposição sejam retiradas dos arquivos da Casa. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido e determinou a exclusão.

Críticas do PV

O discurso de Nilson Leitão também não foi bem recebido pelo líder do PV, deputado Sarney Filho (MA). “Há momentos de falar e há momentos de se calar. Esse discurso foi desastroso, até no início, ao desqualificar a mandioca”, disse.

Diante das críticas, Leitão afirmou que não quis ofender a presidenta e que falou o que achou conveniente durante o debate do projeto. “Jamais ofenderia uma mulher. O meu respeito à presidenta continua igual, mas o meu desrespeito ao governo dela também”, afirmou Leitão.