Para Verissímo, ódio "está no DNA da classe dominante"

Em sua coluna no jornal O Globo, o escritor Fernando Verissimo criticou a onda de ódio revelada com os ataques contra a entrevista do apresentador Jô Soares com a presidente Dilma Rousseff.

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Segundo ele, o "sentimento está no DNA da classe dominante brasileira, que historicamente derruba, pelas armas se for preciso, toda ameaça ao seu domínio, seja qual for a sigla".

Para Verissimo, a entrevista de Jô com a Dilma, foi uma matéria jornalística, mas salientou que a "reação furiosa que causou pelo simples fato de ter sido feita" também não foi uma surpresa diante do clima instaurado.

"É inútil tentar debater com o ódio exemplificado pela reação à entrevista do Jô e argumentar que, em alguns aspectos, o PT justificou-se no poder. Distribuiu renda, tirou gente da miséria e diminuiu um pouco a desigualdade social – feito que, pelo menos pra mim, entra como crédito na contabilidade moral de qualquer governo. O argumento seria inútil porque são justamente estas conquistas que revoltam o conservadorismo raivoso, para o qual “justiça social” virou uma senha do inimigo", destacou.