Crime de racismo desagrega a família, afirma Eleonora Menicucci

A ministra-chefe da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, Eleonora Menicucci, afirmou nesta quinta-feira (18) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) encarregada de investigar a violência contra jovens negros que o governo da presidenta Dilma Rousseff considera crime de ódio as violações de cunho racista. Eleonora pediu aos parlamentares que sugiram propostas eficientes para proteção dos mais vulneráveis.

Eleonora Menicucci - Foto: RafaB/ Blog do Planalto

“A ruptura da vida por racismo desagrega toda a família. As sequelas daquela violência são irreparáveis”, condenou. “São necessárias aqui nesta CPI propostas à maneira da Lei Maria da Penha”, completou a ministra, ao se referir ao dispositivo que defende as mulheres brasileiras contra a violência doméstica.

Para Eleonora, apenas políticas sociais, como investimento em educação, serão capazes de impedir as mortes de adolescentes brasileiros e o sofrimento de suas mães. “Esse problema só tem uma solução: escola”, defendeu. “É intolerável tolerar a violência”, acrescentou.

Questão racial

Na esteira do que expôs a ministra-chefe da SPM, a deputada Benedita da Silva afirmou que “não se pode falar da questão da segurança no Brasil sem mencionar a questão racial”. E alertou: “quem estão morrendo são nossos adolescentes negros e negras”.

A deputada Erika Kokay disse que a redução da maioridade penal não será capaz de arrefecer a violência no Brasil e relatou o sofrimento das mães dos jovens que vivem nas periferias das grandes cidades. “Essa redução vem nessa perspectiva, eugenista e higienista, de isentar o Estado das políticas públicas, encarcerando os jovens para que não tenham acesso a ela. Esse é o caminho inverso”, condenou. “A mãe sabe quando está perdendo seu menino”, concluiu.