Pai de vítima de adolescente é contra redução da maioridade 

Ari Friendenbach, pai de Liana, assassinada aos 16 anos junto com o namorado por um grupo de criminosos liderados por Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, na época com 16 anos, é contra a redução da maioridade penal.  

Pai de vítima de adolescente é contra redução da maioridade - Agência Câmara

Friendenbach, que é vereador de São Paulo pelo Pros defendeu pena mais severa para adolescentes que cometem crimes hediondos, como estupro, sequestro, latrocínio e homicídio. No entanto, ele é contra a redução da maioridade.

"Defendo só para esses casos a aplicação de uma pena mais severa, mas jamais em um presídio comum. Seria uma instituição para menores de idade, unidades menores, com atendimento personalizado. A ressocialização é mais importante do que a pena", disse, em audiência pública que discutiu, nesta terça-feira (16), alternativas à redução da maioridade penal, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara.

Advogado, Friendenbach cita os exemplos da Alemanha e Espanha, que reduziram a idade penal sem alcançar o efeito esperado. “Os jovens colocados em presídios tiveram contato com pessoas mais violentas”, aponta.

Segundo ele, o índice de reincidência nos presídios comuns brasileiros é de 70%, enquanto na Fundação Casa, que aplica medidas socioeducativas em adolescentes em São Paulo, é de 15%.

“Com a redução da maioridade vamos deixar a situação nos presídios, que é caótica, muito pior”, afirma. “Existe toda uma indústria com grandes interesses em relação à maioridade penal. Tem as empresas de segurança, a indústria de carro blindado: temos que olhar para os bastidores”, destacou o pai de Liana.