Taxação de lucros de bancos ajudará a combater desigualdade

No Brasil, a concentração de renda está diminuindo nos últimos anos. Segundo, o relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice de Gini aponta a redução de 0,60 para 0,56, o indicador que mede a desigualdade no país. Segundo o economista Guilherme Mello, em entrevista para a TVT, os resultados são positivos, mas avisa que para ter ampliação é necessária a taxação sobre os bancos e grandes riquezas.

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“A taxação do lucro dos bancos é uma das mudanças que o governo poderia fazer pra reduzir essa tendência concentradora da carga tributária no Brasil. Ao tributar o lucro dos bancos, você onera um setor da economia que têm lucros estratosféricos, e que mais concentra riqueza e renda no país. Portanto, contribui pra construir um sistema tributário mais equânime e distributivo. Agora, isso é apenas uma mudança, existem várias outros fatores que podem contribuir nessa mesma direção, como por exemplo, a taxação sobre distribuição de lucros e dividendos, o aumento das alíquotas máximas e do número de alíquotas do imposto de renda, e mesmo a taxação sobre heranças e grandes fortunas que no Brasil”, explica.

Segundo o economista, o resultado é motivado pelos programas de distribuição de renda. “A queda na desigualdade, em primeiro lugar, tem relação com o aumento do salário mínimo, como também têm ligação com o avanço enorme dos programas sociais do governo, que retiraram milhões de pessoas da pobreza e da miséria.”

Entretanto, ao comparar com outros países, o Brasil ainda atrasado. “Não estamos numa posição boa, se você comparar com os BRICS, por exemplo, só estamos a frente da África do Sul. Na América Latina, vários países tem uma posição melhor do que o Brasil, ou seja, distribui melhor a renda do que o Brasil, como a Argentina, o Chile.”