Aldo: responsáveis por corrupção devem ser punidos, não as empresas

A grande mídia tentou ludibriar as declarações do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo (PCdoB), que em entrevista à imprensa – após o Congresso Internacional de Serviços de Saúde que ministrou palestra nesta quinta-feira (21), na capital paulista – afirmou que o país espera que os responsáveis pelos atos de corrupção nos setores privado e público sejam punidos e não as empresas.

aldo rebelo

Tentando mascarar o que realmente tinha dito o ministro, o Estadão e a Folha/UOL  publicaram reportagem, nesta sexta-feira (22), com o seguinte título: “Aldo Rebelo defende que empresas envolvidas na Lava Jato não sejam punidas”. Reproduzida pelo jornal Diário Pernambucano, a manobra midiática foi mais além e alertou: “Escândalo – Aldo Rebelo defende que empresas envolvidas na Lava Jato não sejam punidas”.

Utilizando de uma artimanha jornalística, o veículo manipula as informações para que o leitor tenha a ideia que o ministro (do governo Dilma) defenda a impunidade, mas ao ler o texto com as aspas do próprio ministro, as suas frases são auto-explicativas e ele defende, claramente, que os corruptos sejam investigados, julgados e punidos, não as empresas nacionais e seus trabalhadores.

Aldo apenas questiona o “sacrifício” das empresas nacionais em que diretores estejam sendo “investigados” na Operação Lava Jato. Para ele, as empresas não devem ser punidas ou declaradas inidôneas porque foram essenciais na construção da infraestrutura do país. “Acho que no Brasil precisamos fazer essa diferença, punir os responsáveis pela corrupção no setor público e privado, mas as empresas precisam ser preservadas porque são detentoras de tecnologia e da memória da engenharia nacional, na inovação.", frisou o ministro.

Fundo social do pré-sal para ciência, tecnologia e inovação

Uma informação positiva, essa sim, deveria ter chamado a atenção dos repórteres é que o ministro defendeu que 50% do fundo social do pré-sal sejam destinados à área de ciência, tecnologia e inovação. Ele contou que conversou com a presidenta Dilma Rousseff e ela deu o sinal verde para que sua Pasta faça a proposta, que será posteriormente regulamentada pelo Congresso Nacional. "Já há o compromisso (da presidenta) de que uma parte importante do que resta deste fundo (50%) será destinado para o setor", salientou Aldo.

O ministro disse ainda à imprensa que já falou com os parlamentares sobre essa proposta e que está otimista que ela seja aprovada. Caso passe pelo Congresso, parte do recurso do pré-sal será investido, segundo o ministro, em universidades, institutos de pesquisa, ciência básica, projetos de inovação, fortalecimento dos fundos setoriais, ciência e tecnologia para saúde, para defesa e para as cidades e soluções para saneamento básico que precisam de pesquisa.

Aldo Rebelo elogiou a Lei da Biodiversidade, sancionada pela presidenta Dilma e o Congresso Nacional por ter pautado o projeto que estava já há algum tempo em tramitação. O ministro ressaltou ainda que “está sendo votada a Lei Geral de C&T e a promulgação da PEC que inclui na Constituição a inovação como parte do sistema de ciência e tecnologia”, contou.

Eliz Brandão, do Portal Vermelho, com agências