Mulheres insistem na defesa da cota de gênero na reforma política 

Nós estamos aqui para pedir apoio a um projeto que não é só em defesa das mulheres. É em defesa da democracia. E se, no primeiro momento beneficia as mulheres, no futuro pode ser vantajoso para os homens, já que é uma proposta de instituir cota de gênero de 30% das vagas no parlamento.  

Mulheres insistem na defesa da cota de gênero na reforma política - Marcelo Favaretti

A explicação foi dada pela procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), na coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (21), no Salão Verde da Câmara dos Deputados,quando a Bancada Feminina do Congresso e a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci, fizeram a defesa da inclusão do projeto na proposta de reforma política que está em análise na Câmara.

A ministra disse que a presença dela no ato não é de apoio, mas de parceria, porque reconhece como necessária a discriminação positiva para que as mulheres, que representam mais de 50% da população brasileira, possam se ver representadas no parlamento.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), presente ao evento, reafirmou sua posição, que é também de toda a bancada do seu partido, de cobrança da reserva de, no mínimo, 30% para as mulheres no relatório da reforma política que irá ser votado na semana que vem na Câmara dos Deputados.

Antes do ato, Alice fez um pronunciamento na tribuna da Câmara se declarando “perplexa” com o fato do relatório, proposto pelo deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), não prevê essa cota.

No final da lista

A defesa do projeto também foi feita pela deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), que tem acompanhado todos os eventos realizados esta semana no Congresso, contrário ao relatório de Marcelo Castro, considerado um retrocesso, e em defesa de uma reforma política ampla e democrática, na qual deve estar incluída a proposta de cota de gênero.

Luciana enfatizou que todos os países desenvolvidos do mundo aprovaram medidas que garantem maior participação das mulheres no parlamento e que a situação está demonstrada no mapa da posição das mulheres no parlamento de 188 nações do mundo, com o Brasil ocupando a 158ª posição no mundo, atrás de países árabes e africanos. Na América Latina, O Brasil está acima apenas do Haiti e Belize.

De acordo com determinação da maioria absoluta da Bancada Feminina, integrada por 18 partidos políticos, nenhuma parlamentar votará as matérias oriundas da reforma política, bem como usarão todos os recursos regimentais para obstruir a votação, caso não seja incluído na matéria um mecanismo que proporcione o aumento da representação feminina nos parlamentos municipais, estaduais e federal.