Paraná: Comando do massacre começa a cair; Professores seguem em luta

Após uma semana do massacre ocorrido no Paraná, cai o secretário de Educação Fernando Xavier Ferreira, já o secretário de Segurança Pública, o deputado federal licenciado Fernando Francischini (SDD), está sendo pressionado para entregar o cargo. Em declaração exclusiva à Rádio Vermelho, Ramon Bentivenha, que presta assessoria jurídica aos professores atacados no Paraná, disse que "a queda é importante, mas ainda não pode ser considerada uma vitória",.

Por Joanne Mota

Comando do massacre começa a cair; Professores seguem em luta

O advogado informa que os professores seguem firmes na luta, tanto para garantir a revogação da lei que ataca os direitos da categoria, como na luta pela justiça aos professores brutalmente massacrados. O comando do movimento informou que ficou estabelecida uma audiência pública no dia 29 de maio para divulgar os primeiros resultados das pessoas que estão prestando informações aos promotores.

Sobre a denúncia de Francischini de que os ataques foram ordenados porque haviam black blocs nas manifestações, Bentivenha (foto abaixo) desmentiu e informou que o Coletivo Direito para Todxs, que compõe a assessoria jurídica, já entrou com ação para assegurar o direito de resposta. "Conseguimos que a RPC TV (Rede Globo local) ouvisse o coletivo e provamos que eles não são black blocs. Francischini já sabe que a matéria irá ao ar amanhã, mas não sabemos o tom em que sairá".

Acompanhe a cobertura:
Cronologia da barbárie: os tucanos e a violenta métrica da repressão
Senado convoca Richa e Francischini para explicar massacre no Paraná

Ele também informou que já foram instaurados um inquérito civil e uma investigação criminal e que encaminharam ofícios ao governador Beto Richa, à Secretaria de Segurança e Comando da PM solicitando informações quanto ao planejamento da operação, registro de todos os materiais utilizados e descrição pormenorizada dos respectivos responsáveis.

"Até o momento, já foram coletados 150 vídeos e 80 declarações. Os promotores também comentaram que a Secretaria de Segurança informou que instaurou um inquérito policial militar para apurar excessos. Pelo o que relatam, nenhum militar foi detido (diferentemente do que foi noticiado na imprensa e por algumas mulheres de militares)", esclareceu Ramon Bentivenha.

Audiência no Senado

Na manhã desta quarta-feira (6), o Senado Federal realiza concorrida audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH). Na terça-feira (5), a Comissão de Educação do Senado, por sugestão da senadora Gleisi Hoffmann (PT), aprovou moção de repúdio “à truculenta ação policial que deixou mais de 200 pessoas feridas”.

Gleisi esteve em Curitiba junto com o senador Roberto Requião (PMDB), no dia da votação do projeto de lei, para reunião com a liderança do governo e a presidência da Assembleia numa tentativa de negociar o adiamento da volta da proposta ao plenário.

"Vamos defender com todas as nossas forças os direitos daqueles que sempre contribuíram para terem garantia de se aposentar. Se não conseguirmos impedir a tempo esse desvio, pelo menos queremos que o governador responda pelo crime de improbidade administrativa e também por irresponsabilidade fiscal", diz Gleisi.

Abaixo carta da Polícia Militar exigindo a saída de Fernando Francischini da Secretaria de Segurança Pública do Paraná.


*Atualizada às 14h31