Ministro diz que diálogo superará contradições com o Congresso

Em café da manhã com jornalistas, nesta quarta (6), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva comentou a “polêmica” das medidas provisórias em tramitação na Câmara e anunciou que a presidenta Dilma Rousseff deve intensificar o diálogo com a população por meio das redes sociais.

Edinho Silva ministro da Secom

“A construção de uma posição majoritária tem que se dar com diálogo, não tem outra forma. É isso que o governo tem feito, para que o processo de negociação seja construído. Se essas questões são contraditórias para o PT, são também para os demais partidos,” disse.

Na noite desta terça-feira (5), o plenário da Câmara dos Deputados adiou a votação da Medida Provisória 665, que aumenta a carência para a concessão do seguro-desemprego e abono salarial. Edinho Silva disse que a presidenta Dilma Rousseff tem se posicionado cotidianamente no sentido de que as contradições criadas no Legislativo serão superadas com diálogo.

“O diálogo em relação às MPs existe, tem que ter processos de negociação, e de forma alguma vão distorcer ou enfraquecer objetivos do ajuste”, afirmou Edinho. Para o ministro, acima das bandeiras que os partidos de oposição tenham direito de levantar, o Congresso vai superar as tensões, disputas naturais e os interesses do país serão colocados em primeiro lugar.

O ministro defendeu que os trabalhadores não estão perdendo com as mudanças, por exemplo, no seguro-desemprego. As alterações visam corrigir distorções e evitar fraudes para que os recursos possam atender de forma eficaz os que mais precisam. As metas do ajuste serão cumpridas. A visão da presidenta Dilma é que as medidas são importantes para que a economia brasileira possa crescer de forma sustentável.

Comunicação de Dilma será intensificada pelas redes sociais

Aos jornalistas, o ministro-chefe anunciou que a presidenta Dilma Rousseff deve intensificar o diálogo com a população por meio das redes sociais. Ele informou que a comunicação por meio dos veículos tradicionais vai continuar ocorrendo, mas esse “caminho” das plataformas online não tem mais volta.

Em referência aos vídeos que postados na internet para marcar o Dia do Trabalhador, no primeiro ano em que Dilma não usou a cadeia nacional de rádio e TV para se pronunciar, Edinho Silva voltou a dizer que o motivo da mudança não foram os panelaços que ocorreram no pronunciamento de 8 de março. “A presidenta não está fora do rádio nem da TVs nem dos jornais nem das revistas. Ela se comunica cotidianamente, utilizando esses instrumentos de comunicação. O que a presidenta tem feito, e fez no dia 1º de maio, foi priorizar a comunicação por meio das redes sociais, valorizando um modal de comunicação. Isso não significa que os demais não serão utilizados.”

Programa do PT na TV

O ministro falou ainda sobre o panelaço que ocorreu nessa terça (5) em cidades brasileiras durante o programa do PT. “Numa democracia é bom que a gente possa conviver com a diversidade do pensamento de forma tolerante. O que é ruim para a democracia é o ódio quando você tem uma manifestação diferente daquilo que você pensa. Ontem [5] o PT mostrou o que ele pensa, mostrou seu posicionamento, como os demais partidos também têm o direito de mostrar. Isso é bom pra democracia.”

Edinho Silva disse que a decisão de a presidenta não ter tido uma participação maior no programa partidário foi tomada por ela em conjunto com o partido e que a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compromete a aprovação do ajuste fiscal. “O programa do PT é uma atribuição do partido. Decisões de conteúdo, formato são decisões do partido, o governo não tem que se posicionar. O governo é do PT, mas é também de coalizão. O que prevalece enquanto governo é pensamento construído como coalizão”, disse, em referência aos demais partidos da base aliada.

Na opinião do ministro, desde a Constituição Federal de 1988 nunca se exercitou tanto esse modelo de coalizão, que tem gerado benefícios para a democracia. “Conviver com diversidade não é ruim para democracia. Mas as pessoas não são robôs, que ouvem: 'Agora você vai pensar assim'. Elas têm histórias de vida, se posicionaram. O enquadramento [de opiniões] é ruim, melhor é o dialogo, construir posições”, declarou.

Ele lembrou ainda que a agenda de Dilma  tem se voltado prioritariamente para a construção de um plano “arrojado” de investimentos em infraestrutura, que será lançado, no mais tardar, no início do mês de junho.

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Do Portal Vermelho, Com informações da Agência Brasil