Senadores repudiam repressão contra professores do Paraná 

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado, aprovou, na reunião desta terça-feira (5), por unanimidade, uma moção de repúdio ao tratamento dado pela Polícia Militar do Paraná à manifestação dos professores ocorrida em Curitiba no dia 29 de abril, que resultou em mais de 200 feridos. E a Comissão de Direitos Humanos (CDH) fará uma audiência pública, nesta quarta-feira (6), para discutir o assunto.

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Como reiterou a moção de repúdio, lida pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN), foram usados "cassetetes e cães" contra docentes que protestavam de forma legítima e democrática. Os professores protestavam contra a mudança no sistema de Previdência Social do estado.

“Foi um fato que atingiu a honra não só de quem estava na manifestação, mas a todos os professores de nosso país. A sociedade não aceita mais este tipo de afronta”, reitera a moção, que cobra ainda a apuração dos excessos e a punição dos responsáveis.

O texto da moção aprovada lembra ainda que os professores do Paraná também defendem a valorização salarial da categoria e investimentos para um ensino público de qualidade.

Os professores entraram em greve no dia 25 de abril contra a aprovação de mudanças nas regras de aposentadoria do funcionalismo estadual, assunto que os levou a realizar várias manifestações públicas.

No dia em que o projeto sobre o tema foi votado pela Assembleia Legislativa do Paraná, protestos no Centro Cívico de Curitiba resultaram em mais de 200 feridos por balas de borracha e bombas de efeito moral, além de sete manifestantes presos. O Ministério Público paranaense investiga se houve excessos na repressão policial e abuso de autoridade.

Audiência pública

A audiência foi requerida pelo presidente da CDH, Paulo Paim (PT-RS), e pelas senadoras Regina Sousa (PT-PI), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN). A audiência também contará com a participação de deputados federais.

Foram convidados para a audiência pública o governador do Paraná; Beto Richa; secretário estadual de Segurança, Francisco Francischini; o chefe da Casa Militar; coronel Adilson Castilho Casitas, Hermes Leão; e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná; da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); além do ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH); e Átila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional.

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Do Portal Vermelho
De Brasília, com agências