Procuradores buscam na França informações sobre contas no HSBC

Os procuradores brasileiros, liderados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, começam nesta segunda-feira (27) "uma série de encontros com autoridades do Ministério Público e do Ministério da Justiça da França" em busca de colaboração nas investigações do caso Swissleaks, segundo informações do Estadão.

Janot e o secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, tiveram agenda oficial na manhã desta segunda (27) com o embaixador do Brasil na França, José Maurício Bustani. À tarde, os magistrados participaram de seminário sobre colaboração internacional na luta contra o terrorismo. O encontro de olho nas contas secretas do HSBC da Suiça será na terça (28), com autoridades da Corte de Cassações, do Ministério Público Financeiro e do Ministério da Justiça da França.

Segundo o Estadão, o perito em informática Hervé Falciani pretende colaborar com as investigações sobre correntistas brasileiros envolvidos em ocultação e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais.

Foi Falcini quem denunciou o escandâlo em 2008 e vazou as informações que parte da imprensa mundial sua para abordar o caso. Ele também colabora com o Ministério da Justiça e com procuradores da França, Islândia, Índia e Argentina na identificação de responsáveis por fraudes fiscais.

Ainda de acordo com o jornal, Falcini teria afirmado que "empresas e correntistas do Brasil são os maiores clientes dos chamados Private Banks, com frequência vinculados a escândalos de ocultação, lavagem e repatriamento de dinheiro originário de corrupção, de evasão fiscal e do crime organizado".

Além da da PGR, a Receita Federal tem interesse em identificar os brasileiros atrelados ao escândalo. O Senado também instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para abordar o caso.

No Brasil, os únicos veículos de comunicação em posse da lista de correntistas são UOL, por meio do jornalista Fernando Rodrigues, e O Globo, que compartilha das informações desde que a atuação de Rodrigues passou a ser questionada – ele se nega a liberar a lista na íntegra, sob a justificativa de que nem todos os correntistas podem ter cometido ilicitudes.

O Swissleaks só ganhou atenção do mundo em março deste ano, quando o Le Monde e o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (CICJ) – grupo integrado por Fernando Rodrigues – começaram a revelar parte dos nomes de 106 mil clientes de 203 países que, entre 2006 e 2007, mantinham depósitos da ordem de US$ 100 bilhões que transitaram pela filial de Genebra do HSBC. A expectativa é de que 8,6 mil clientes braisleiros teriam um total de US$ 7 bilhões em 6,6 mil contas bancárias da agência suíça, lembrou o Estadão.

Fonte: Jornal GGN