Barroso defende reforma política e financiamento público de campanha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso defendeu a reforma política como um instrumento para mobilizar a nação para a política, que não pode ser “espaço de gente que não deu pra nada”.

“Sou professor há mais de 30 anos. Já formei juízes, desembargadores, advogados. Mas não devo ter tido um que foi para a política. Não atrai vocações. Não podemos deixar que a política seja espaço de gente que não deu pra nada”, afirmou Barroso em palestra na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, segundo matéria publicada na coluna do Jamildo.

Para Barroso, uma das formas de possibilitar o acesso de novos quadros na política seria o financiamento público. "A política não pode ser o espaço dos aventureiros e gente interessada em fazer negócios”, disse o magistrado, para quem os novos políticos devem ser guiados pelo “patriotismo, idealismo e serviço público”.

Ainda sobre o financiamento de campanha, Barroso disse preferir um misto de financiamento público e privado de pessoas físicas nas campanhas eleitorais, para evitar que o debate público “seja de exercício do grande capital”.

O ministro afirmou ainda esperar que a reforma política seja encaminhada pelo Congresso. Disse também que se o modelo de financiamento não for possível, deve-se regulamentar a participação das grandes empresas. “Se a empresa vai participar, tem que ter limite. O limite para mim é: não pode financiar todos os candidatos. Tem que escolher um”, afirmou.

“Para eleger-se, um candidato precisa investir muitas vezes mais do que vai receber a título de remuneração nos quatro anos de mandato. Sem surpresa, o financiamento eleitoral se tornou a maior fonte de corrupção e de desvio de dinheiro no país”, completou.

Do Portal Vermelho, com informações de agências