Gráfica Atitude rebate Lava Jato e diz que grupo incomoda a imprensa

A Rede Brasil Atual, um dos veículos de comunicação da Gráfica Atitude, citada na Operação Lava Jato, publicou editorial, nesta quinta-feira (16), sob o título "A RBA, a liberdade de expressão e o direito de incomodar", em que afirma que foi atingida lateralmente “já que o alvo do procedimento era outro: alimentar o ódio ao PT e à CUT em um dia de manifestações contundentes em todo o Brasil em defesa dos direitos dos trabalhadores, dos avanços sociais e democráticos”.

Rede Brasil Atual

A informação de que a Gráfica Atitude estava entre as citadas da Lava Jato veio a público nesta quarta (15), com a prisão de João Vaccari Neto, que segundo despacho do juiz Sergio Moro, foi baseada na delação premiada de Augusto Mendonça, empresário da Setal ÓIeo e Gás. De acordo com Mendonça, Vaccari teria pedido um pagamento de R$ 2,5 milhões em prestações mensais, entre 2011 e 2013, que teria sido paga à Gráfica Atitude em forma de anúncios.

“À primeira observação, salta o detalhe: um profissional da imprensa tradicional tinha em mãos, um dia antes da prisão do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o teor da nova etapa do processo que corre em segredo de Justiça. Não era o único. Tudo leva a crer que as redações dos maiores veículos habitualmente favorecidos pela prática do vazamento seletivo de informações sigilosas já estavam com seus textos elaborados antes de o fato político – a prisão – ser consumado”, enfatiza a RBA, responsável por produtos como adiz que  Revista do Brasil, o portal Rede Brasil Atual, edições regionais de um jornal impresso e a produção de conteúdo jornalístico para a Rádio Brasil Atual.

A RBA destaca ainda que tem atuado juntamente com um “amplo universo de fazedores de comunicação – alguns com mais rodagem, outros contemporâneos, outros que não param de surgir –, contribuindo com a diversidade da abordagem dos fatos”. Segundo a editora, esse é o motivo pela qual “passamos a incomodar a imprensa comercial e seus patrocinadores”.

“Consideramos que CUT, PT, demais centrais, demais partidos e toda e qualquer organização social têm todo o direito de ter seus veículos de comunicação”, afirma o texto. E completa: “Nossa política editorial é assumidamente de esquerda, humanista, voltada para o estímulo à participação social, à defesa intransigente dos direitos humanos, à busca da cidadania plena para as maiorias da população e às minorias oprimidas por preconceitos nefastos, à construção de um novo modelo de desenvolvimento que viabilize o planeta para as gerações futuras. Nossas afinidades com pontos programáticos, seja da CUT, seja do PT, não nos priva da liberdade editorial de produzir conteúdo que ora desagrada seus militantes e dirigentes, ora desagrada seus opositores”.

O editorial afirma ainda que os recursos que sustentam os veículos ligados à Gráfica Atitude são provenientes de entidades “determinadas em fazer dos investimentos em comunicação um sindicalismo cidadão, de prestação de serviços editoriais que têm o jornalismo como matéria-prima e de uma escassa receita de publicidade e patrocínios”. Salienta também que esses recursos destinados pelas entidades sindicais são objeto regular de prestação de contas de seus associados e que “todos os recursos são integralmente destinados às despesas operacionais e administrativas decorrentes da produção, distribuição e veiculação de conteúdo jornalístico, e devidamente contabilizadas”.

A RBA finaliza afirmando que em relação às denúncias veiculadas na imprensa, a “editora mantém seus contratos de forma regular, registrados, e está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos”.

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Do Portal Vermelho, com informações de Rede Brasil Atual