Vanessa denuncia tentativa tucana de privatizar Petrobras 

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou nesta quarta-feira (8) que a situação energética de hoje é muito diferente da enfrentada pelo país na década de 1990, sob o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). E fez um paralelo entre o “apagão” promovido pelos tucanos na década de 1990 e a privatização do setor energético, alertando para situação atual de tentativa semelhante com o petróleo brasileiro. 

Vanessa denuncia tentativa tucana de privatizar Petrobras - Agência Senado

A questão energética foi debatida na reunião da Comissão de Minas e Energia do Senado, que contou com a participação do ministro Eduardo Braga. Ela destacou a fala do ministro que apresentou “um diagnóstico real da situação em que vive o Brasil, que é delicada, em que o preço da energia aumenta e em que, de fato, estamos vivendo uma seca no Nordeste que interfere diretamente na geração e produção de energia elétrica no Brasil”, explicou a senadora.

Mas, conforme a parlamentar, o crescimento do consumo de energia de 2001 a 2014 foi de 68% contra 76% de ampliação da capacidade instalada; enquanto no governo FHC, a capacidade instalada só teve uma ampliação de 38%, enquanto o consumo cresceu 52%.

Ela avaliou que a crise energética vivida no governo de FHC, “quando o Brasil viveu um apagão”, serviu aos propósitos da tentativa de privatizar todo o setor elétrico brasileiro. “Naquela ocasião, boa parte das empresas foi privatizada. Outras não o foram graças à grande mobilização, à luta do povo brasileiro e do próprio Parlamento brasileiro.”

Segundo a senadora, os tucanos, que promoveram a privatização do setor elétrico, tentam agora fazer o mesmo com o petróleo brasileiro. Ela alertou para o fato do ministro ter sido questionado sobre a necessidade de manutenção da lei que estabelece a partilha de petróleo para o pré-sal.

Verdadeira polêmica

“Essa é a verdadeira grande polêmica que envolve a Petrobras –, de mantermos a lei que exige o conteúdo nacional para as empresas, o percentual de 30%, e de mantermos a Petrobras como operadora do petróleo no pré-sal, como operadora exclusiva”, avalia a senadora, acrescentando que ao questionar esse modelo a oposição mostra o que pretende.

“O que muita gente quer, principalmente aqueles que estiveram no poder no passado, é aproveitar deste momento de dificuldade e de fragilidade da Petrobras para enfraquecer a empresa, para mudar o sistema de partilha no pré-sal, para acabar com o sistema de conteúdo nacional nessa área do segmento de petróleo e de gás de nosso País”, afirma, destacando que existem dois projetos de lei tramitando no Senado, de autoria dos senadores tucanos paulistas Aloysio Nunes Ferreira José Serra, alterando o modelo de partilha.

As justificativas dos projetos apontam para o problema dos casos de corrupção, mas, segundo a senadora, “não podemos confundir a questão do conteúdo nacional, do crescimento das empresas, com corrupção. Não é matando o doente, que vamos acabar com a doença. Pelo contrário, temos de fortalecer o doente, que é a Petrobras, para fazê-la renascer ainda mais forte do que é.”

Para Vanessa Grazziotin, “esse é o debate no qual o povo brasileiro tem de se envolver, porque é o futuro do Brasil que está em xeque, é o futuro do Brasil que está em jogo. O Brasil, como Pátria educadora, só será efetivamente um País a investir pesadamente na juventude e na educação se mantivermos uma Petrobras forte, se mantivermos um sistema de partilha, se mantivemos o Fundo Social com 75% desses recursos do petróleo voltados para a educação e com 25% voltados para a área da saúde”, destacou.

Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier