Advogado de Mano Brow diz que músico sofreu agressão da PM

Líder do grupo de rap Racionais MCs, Mano Brown deixou a delegacia por volta das 21 horas desta segunda-feira (6), após ser preso ao ser parado em uma blitz na zona Sul de São Paulo. O rapper prestou depoimento na 37ª DP (Campo Limpo) e foi liberado depois que assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência. Muitos fãs, amigos e jornalistas foram ao local ouvir declarações do músico.

Advogado de Mano Brow alega que happer sofreu agressão da PM - Luiz Cláudio Barbosa / Futura Press

Na delegacia, o advogado do rapper, Raphael Ornaghe, em declaração aos jornalistas, negou que seu cliente tenha sido violento com os policiais que faziam a blitz. "Eles ordenaram que Brown colocasse a mão sobre o capô, colocaram os braços dele para trás, e então ele pediu calma aos policiais. Ele foi algemado e jogado ao chão. Temos provas que mostram isso. Elas serão anexadas posteriormente aos autos", declarou.

O secretário de Direitos Humanos da cidade de São Paulo, Eduardo Suplicy, se manifestou na manhã desta terça-feira (7), por meio de redes sociais sobre a detenção do rapper Mano Brown , dos Racionais MCs, na noite dessa segunda-feira. Segundo o político, Brown foi abordado quando ia à farmácia comprar remédio para sua mãe, que esteve hospitalizada.

“No caminho, foi parado por batalhão de PMs. Abriu os vidros, desceu do carro. Mandaram ele elevar os braços por trás da cabeça. Brown pediu para não tocarem nele. Um forte policial deu-lhe um 'mata leão' e o derrubou no chão. Diversos passaram a ofendê-lo. Algemaram-no e o levaram ao 37º DP, no Campo Limpo”, relatou o secretário, que foi até a delegacia para dar apoio ao músico.

“Maior respeito e civilidade especialmente aos negros se faz necessário. O fato de o exame de saúde da carteira de habilitação estar vencido não justificava aquele procedimento”, disse Suplicy.

O grupo Racionais MCs foi criado em 1989 e é considerado por muitos o grupo de hip-hop mais influente do país. 

Suas canções denunciam  a destruição da vida de jovens negros e pobres da periferia de São Paulo, resultado do racismo e do sistema, ao sustentarem a miséria diretamente ligada com a violência e o crime. As músicas relatam a brutalidade da polícia, do crime organizado e do estado. O preconceito e a exclusão social são recorrentes nas letras do grupo.

Laís Gouveia, do Portal Vermelho, com agências