Momento é de articulação e rearticulação, diz Vannuchi

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Paulo Vannuchi, afirma que o momento atual é de "articulação e rearticulação" das forças políticas que apoiam o projeto liderado por Lula, e continuado por Dilma, que garantiu "grandes avanços", apesar dos problemas conjunturais.

Paulo Vannuchi Instituto Lula e ex-ministro dos direitos Humanos

"A aposta é articular. Articular em uma equação política que não é nem um pouco fácil", afirma Vannuchi. Como uma das iniciativas da rearticulação de forças no campo progressista, ele destaca, o ato do Dia Nacional de Mobilização, cujo slogan é “Democracia sempre mais, ditadura nunca mais”, que acontece nesta terça (31), na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem Vannuchi qualifica como "grande polo articulador", capaz de "unificar posições" dentro do campo progressista.

Ele classificou como lamentável a campanha daqueles que pedem intervenção militar. "Péssima ideia que alguns segmentos que vão para as ruas protestar contra Dilma não têm vergonha de propor e pedir; não quer dizer que todos os manifestantes de oposição a Dilma queiram a ditadura, mas há uma parte muito estridente que realmente comete o desplante, a indecência, de pedir por ódio, repressão, ditadura, censura, assassinatos, que são os ingredientes necessários de qualquer ditadura".

Vannuchi enfatiza que a esquação não é simples por conta dos ajuste econômicos aplicados pelo governo. A militância, segundo ele, tem que "fazer duas coisas praticamente opostas, ao mesmo tempo: defender a democracia, defender Dilma, defender o voto popular contra as tentações golpistas, e, ao mesmo tempo, questionar duramente os equívocos de atuação."

"A classe trabalhadora e o pensamento verdadeiramente democrático sabe que a democracia está sob risco, ameaçada por articulações pró-impeachment etc", pontuou.

Novos ministros

Vannuchi comemora a indicação do filósofo Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação, a quem classifica como "um dos grandes teóricos brasileiros sobre a democracia e os direitos humanos, sobretudo a ética na política", e de Edinho Silva para a secretaria de Comunicação da Presidência. Para ele, a Secom tem a importante missão de reordenar as verbas publicitárias do governo, privilegiando veículos de comunicação de menor porte, de âmbito local, e a blogosfera, em detrimento dos grandes grupos tradicionais, visando a fortalecer a liberdade de imprensa, o exercício do contraditório e pelo fim do pensamento único.

Para ele, o acerto na indicação desses nomes pode sugerir que o governo está "se tornando mais sensível" e "começando a entender a necessidade de diálogo". Vannuchi destaca, ainda, que deverão ser retomadas as conferências temáticas nas áreas de saúde, educação, direitos humanos, direitos das mulheres, igualdade racial, dentre outras, que tiveram o seu apogeu durante o governo Lula e "desaqueceram" posteriormente.

Fonte: Rede Brasil Atual