Dulci defende “aliança programática com a base aliada”

O ex-ministro Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula, Dulci, em entrevista ao cientista político Rudá Ricci, afirmou que o diálogo é o principal instrumento da presidenta Dilma Rousseff. Para ele, a presidenta deve se empenhar nas articulações junto ao Congresso, se aproximar dos movimentos sociais e melhorar diálogo com sociedade para explicar suas medidas.

Luiz Dulci em entrevista ao Rudá Ricci - Reprodução

Sobre o momento político atual, Dulci disse que o Brasil tem desafios reais na economia, política e na vida social que estão sendo enfrentados. Ele destacou que a crise econômica não é tão grave quanto a oposição tenta fazer crer e que o ajuste, embora difícil para um governo com vocação desenvolvimentista, mostrará seus efeitos a médio prazo. “O país vai voltar a crescer gradativamente”, pontuou.

Ele destacou que o Brasil está entre os quatro países do mundo que mais recebe investimentos estrangeiros. “Acho que é um problema conjuntural… os desafios são mais políticos do que econômicos”, salientou.

Para enfrentar a enxurrada de notícias tendenciosas da grande mídia, a saída, segundo ele, é aprofundar o diálogo com a sociedade, principalmente com os movimentos sociais. Dulci acredita que o governo da presidenta Dilma precisa agir principalmente em duas frentes: no Congresso e junto aos movimentos sociais.

Alianças são necessárias

Dulci afirmou que a crise política é parte de um processo histórico por conta do sistema político. “No Brasil é impossível governar sem alianças no parlamento. Com esse sistema político é impossível. Nenhum governo da redemocratização pra cá negociou sem aliança. Não é uma questão de querer ou não fazer aliança com esse ou aquele partido, é uma necessidade, caso contrário, não tem governabilidade política”.

Para ele, é preciso ter uma aliança mais programática com a base aliada. “Listar os pontos, discutir com o PMDB e demais partidos aliados qual é a melhor maneira de enfrentar os desafios econômicos. Fechar um acordo legítimo e necessário não só em torno da composição de governo, mas também do caminho a seguir para o Brasil superar as dificuldades desse momento”, enfatizou.

Com os movimentos sociais, Dulci acredita que Dilma deva ampliar o diálogo e explicar cada passo que o governo está dando. “A vitalidade da democracia não se dá somente pelas entidades representativas, que são fundamentais, mas precisa ser também participativa. O cidadão não pode ser apenas objeto da política, votar de quatro em quatro anos. O cidadão precisa emitir mensagens individual e coletivas”, disse ele, salientando o papel de comunicação nas redes sociais e a internet.

Do Portal Vermelho, com informações do Blog do Rudá Ricci