Programa lança cartilhas sobre mudanças ambientais e climáticas

Com a finalidade de tornar o conhecimento científico mais acessível com uma linguagem simples e didática e, ao mesmo tempo, ilustrativa sobre os conceitos relacionados à ciência do clima, ao ecossistema amazônico e à hidrogeogafia do rio Madeira, o Programa de Grande Escala Biosfera Atmosfera na Amazônia lançará três cartilhas.

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O lançamento acontecerá Auditório da Ciência, no Bosque da Ciência/Inpa, na tarde desta terça-feira (31), durante a palestra “A Água da Amazônia irriga o Sudeste?”.

As publicações, que em breve serão disponibilizadas na versão digital no site do LBA, incluem três volumes baseadas nas pesquisas sobre os ciclos biogeoquímicos em ecossistemas distintos, a caracterização climática e a caracterização hidrológica da região no sul do Amazonas.

Temas

De acordo com o pesquisador do Inpa, Luz Antônio Cândido, um dos autores da cartilha “Desvendando a ciência do clima”, as publicações são voltadas ao público que está em fase de formação de conhecimento, como os estudantes de ensino médio e universitários.

“Estas cartilhas são dedicadas aos jovens com o objetivo de tentar trazer o conhecimento científico da academia, que tem um teor de conteúdo mais aprofundado, para uma linguagem de fácil entendimento”, ressalta o pesquisador.

As cartilhas são resultados do projeto “ Potencialidades da região sul do Amazonas às mudanças ambientais e climáticas ”, apoiada pelo Programa de Apoio ao Núcleo de Excelência (Pronex), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) com recursos do Conselho Nacional de desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Ecossistema Amazônico: importante agente para o equilíbrio biogeoquímico global” é outra cartilha a ser lançada pelo LBA. Apresenta conhecimentos básicos necessários para incentivar a preservação da floresta com seus constituintes físicos, químicos e biológicos, além de destacar a importância dos ciclos biogequímicos em ecossistemas distintos.

A bolsista de pós-doutorado junto ao programa de pós-graduação em Clima e Ambiente do Inpa/UEA, a engenheira florestal Maria Terezinha Monteiro, explica que alguns dos resultados obtidos, a partir dos trabalhos realizados no sul do estado do Amazonas, especificamente, na região de Humaitá, ilustram a aplicação destes conhecimentos na prática da pesquisa científica.

Já a cartilha “Noções de hidrogeografia – conhecendo o meu rio Madeira”, que também será lançada na próxima terça-feira trata da caracterização hidrológica da região no sul do Estado do Amazonas. Aborda procedimentos de mensuração e monitoramento dos rios amazônicos, inclusive sobre como ocorrem os eventos de cheias e secas no rio Madeira.

Região Hidrográfica Amazônica

A Amazônia é conhecida mundialmente por sua disponibilidade hídrica e pela quantidade de ecossistemas, como matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós, campos abertos e cerrados. Abriga, ainda, uma infinidade de espécies vegetais e animais: 1,5 milhão de espécies vegetais catalogadas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.

A Região Hidrográfica Amazônica é constituída pela bacia hidrográfica do rio Amazonas situada no território nacional, pelas bacias hidrográficas dos rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias hidrográficas dos rios situados no Estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte (Resolução CNRH n° 32, de 15 de outubro de 2003), perfazendo um total de 3.869.953 km².

A população na Região Hidrográfica Amazônica, em 2010, era de 9.694.728 habitantes (5,1% da população do País) e a densidade demográfica de apenas 2,51 hab/km². As capitais Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Boa Vista, Macapá, bem como os municípios de Santarém (PA) e Sinop (MT) são os centros urbanos que mais se destacam dentre os 304 municípios da Região Hidrográfica Amazônica.

Fontes: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Agência Nacional das Águas