Eduardo Cunha viaja pelo país como um "candidato ao legislativo"    

O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha criou um projeto que o permite viajar o Brasil cumprindo agendas públicas, entre 2015 e 2016. Lançado na semana passada, o projeto Câmara Itinerante, permite que ele viaje o Brasil inteiro cumprindo agendas públicas ao lado de deputados federais, estaduais, vereadores, prefeitos e governadores simpatizantes de sua empreitada.

 

 

O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha nunca negou que tenha pretensão de chegar à Presidência da República já em 2018 pelo PMDB, conforme observou o senador correligionário Roberto Requião. E sabe Cunha que não é trancado dentro do gabinete que esse "sonho presidencial", como disse Requião, será realizado. É preciso ser visto para ser lembrado.

Nesta sexta-feira (27), em São Paulo, Cunha começou o dia promovendo uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), sobre reforma política. Mas o peemedebista – que fez uso do microfone para criticar a gestão da presidenta Dilma Rousseff na economia – enfrentou protestos por cerca de 50 manifestantes que carregavam cartazes com os dizeres “Fora Cunha, seu homofóbico”.

O escracho rendeu a expulsão dos manifestantes pela polícia.

Cunha se posicionou contrário a projetos pela criminalização da homofobia e a favor do aborto. O parlamentar também apoia a manutenção das doações de campanha feitas por empresas. Após o tumulto, Capez determinou a suspensão da sessão e o esvaziamento do Plenário por policiais militares. A sessão foi retomada dez minutos depois. Com Cunha fora do Plenário, os manifestantes puderam entrar novamente, discursar e debater com os parlamentares que permaneciam no local. 

A passagem sem sucesso pela Assembleia paulista foi só o primeiro dos compromissos de Cunha nesta sexta (27) em São Paulo. Ele visitou ainda a União Internacional Protetora dos Animais e participou de um almoço no Instituto Chefs Especiais, uma organização não-governamental que oferece cursos na área de gastronomia para jovens portadores de Síndrome de Down. À tarde, ele visitou a ONG Cruz Verde, que presta assistência a pessoas com paralisia cerebral grave. Depois, Cunha teve compromissos ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Apesar da agenda com caráter de candidato a cargo no Executivo, Cunha afirma que o programa Câmara Itinerante é uma maneira de aproximar a sociedade dos trabalhos do Legislativo. 

Primeira edição

Na primeira edição, realizada na última sexta-feira (20), a Câmara Itinerante de Eduardo Cunha se propôs a debater reforma política e pacto federativo no Paraná. Segundo informações de O Globo, Cunha foi recebido pelo governador Beto Richa (PSDB), que aproveitou o ensejo para defender o fim da reeleição. Cunha ainda contou com apoio da OAB e da associação comercial local.

A assessoria da Câmara registrou a insatisfação de quem tentou defender a participação popular na construção da reforma política. “O professor de escola pública Artur Conceição criticou o modelo adotado pela Câmara para debater a reforma e o pacto federativo com a população. ‘Não temos registro de protocolo das nossas reivindicações. É ridículo da maneira como isso tudo foi colocado. Pagar viagem para deputado vir aqui falar não é autêntico. É ridículo’”, disse ele.

A agenda no Paraná para o horário do almoço não foi divulgada, mas consta que, à tarde, Cunha visitou a Escola Alternativa, uma entidade que atende criança com deficiência.

Com informações do Jornal GGN