Dilma: Agricultura familiar deve ser o modelo ideal de reforma agrária    

Sem paralisar as ações do governo, a presidenta Dilma Rousseff segue percorrendo o país para entregar obras e divulgar os projetos e programas boicotados ou invisibilizados pela maior parte da grande mídia. Na última sexta-feira (20), Dilma foi ao Rio Grande do Sul para inaugurar uma unidade de secagem e armazenagem de arroz de uma cooperativa em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre.

 

 

- Foto: Guilherme Bertollo/Dep. Marcon (PT-RS)

Mais de três mil pessoas – a maioria agricultores familiares e assentados da reforma agrária – receberam e homenagearam a presidenta.

A presidenta Dilma Rousseff defendeu a participação de bancos públicos em financiamentos a projetos agroecológicos, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição já é parceira de programas como o Terra Forte, juntamente com a Fundação Banco do Brasil (FBB). A iniciativa prevê a modernização de empreendimentos coletivos nos assentamentos da reforma agrária (agroindústrias); e o Ecoforte, que estimula a produção familiar orgânica e de base agroecológica.

A nova unidade recebeu financiamento de R$ 3,4 milhões do BNDES, por meio do programa Terra Forte, do Incra. Também foram investidos na cooperativa R$ 1,3 milhão para aquisição de máquinas e R$ 1,4 milhão para recondicionamento do complexo de irrigação do canal de Águas Claras, no município de Viamão, totalizando R$ 6,1 milhões aplicados no fortalecimento da produção dos 1.486 associados da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap) que produzem arroz orgânico.

Reforma agrária e agricultura familiar


Durante o evento, Dilma afirmou que o modelo ideal de reforma agrária é baseado na produção da agricultura familiar dos assentamentos. “É muito importante provar, até para a América Latina, que é possível, sim, ter desenvolvimento sustentável, de alta qualidade, baseada em assentamentos da reforma agrária”, disse a presidenta, que também participou da 12ª Abertura da Colheita do Arroz Ecológico, também em Eldorado do Sul.

“Este é um momento para celebrarmos a produção orgânica, que contribuiu para melhorar a vida de muitas famílias de assentados e assentadas do MST e de outros movimentos em todo o país”, comemorou o deputado Marcon, que é assentado da reforma agrária no estado. 

Orçamento 2015

Em entrevista coletiva após a cerimônia, Dilma Rousseff lembrou que o Orçamento de 2015, aprovado nesta semana pelo Congresso, será sancionado e que ela fará, imediatamente, o decreto de contingenciamento dos gastos. Segundo a presidenta, esse contingenciamento será “significativo”.

“Nosso orçamento (…), assim que sancionado, vamos também, a exemplo do que fizeram todos os governos quando já tinham seus orçamentos aprovados, fazer o contingenciamento, que será significativo. Não vai ser um pequeno contingenciamento”, avisou.

Segundo ela, o contingenciamento é fundamental porque o governo tem o objetivo de fazer um superavit primário de 1,2% de superávit primário em 2015. Para alcançar essa meta, além do corte de despesas, a presidenta disse que o governo conta com as medidas de ajuste fiscal enviadas ao Congresso. “Aprovado o orçamento, vamos fazer cortes no orçamento, vamos fazer um contingenciamento de gastos”. A partir daí, é necessário que se aprove o ajuste fiscal e todas as demais medidas vão ser tomadas.

Dilma declarou considerar importante que se reconheça que houve, no final de 2014, “uma grande deterioração nas arrecadações, não só da União, mas também dos estados.” No entanto, destacou que o ajuste fiscal proposto pelo governo para as contas públicas não visa prejudicar o consumo e o investimento no País. “Ele é feito justamente para garantir que haja continuidade no crescimento do consumo e do investimento. Ele é precondição. Por isso, nós fazemos tanta questão de que seja aprovado”, explicou.

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Com informações do PT na Câmara e Blog do Planalto