Bonecas de Olinda abrem comemorações do Mês da Mulher no Congresso 

O desfile das bonecas de Olinda na rampa do Congresso Nacional, na tarde desta terça-feira (10), abriu as comemorações do Mês da Mulher no parlamento brasileiro. O desfile foi seguido da instalação da Comissão Mista Permanente de Combate à Violência Contra a Mulher. O novo colegiado, que vai contar com a participação de 28 deputadas e 10 senadoras, quer manter permanente a luta contra a violência de gênero, considerada grande desafio por suas origens antigas e raízes culturais. 

Bonecas de Olinda abrem comemorações do Mês da Mulher no Congresso - Marcelo Favaretti

A presidenta da comissão, senadora Simone Tebet (PMDB-MS), citou versos do poema “Todas as Vidas”, da poetisa goiana Cora Coralina, afirmando que “existe dentro de nós todas as mulheres e a vida delas dentro de nós nos fará agir”.

Segundo ela, é preciso que as pessoas fiquem indignadas com a situação de preconceito, humilhação e violência ainda vivida pelas mulheres e que transforme essa indignação em ação.

A senadora avalia que o combate à violência contra a mulher é o “mais complexo desafio do estado brasileiro”, já que a situação é antiga e tem raízes culturais difíceis de serem removidas. No entanto, comemorou a aprovação da inclusã0 do feminicídio no Código Penal brasileiro, que aumenta as penalidades para os casos de morte por questão de violência.

Ela também destacou que é preciso superar a ideia de que defender os direitos das mulheres representa uma questão menor, afirmando que a violência contra a mulher tem impacto negativo de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em termos de serviços de saúde, segurança e jurídico.

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o outro orador do ato solene, afirmou que a comissão mista é resultado do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de Violência contra as Mulher.

Segundo Calheiros, “cada ato de violência contra a mulher atinge a todos nós porque demonstra deficiência de todos nós em construir uma sociedade justa e democrática”. E acrescentou que “o Congresso Nacional não fechará os olhos diante dessa situação”, justificando a criação da comissão, que terá o papel de apresentar propostas para a consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

A comissão também deve buscar as possíveis falhas nas ações e serviços da seguridade social e na prestação de segurança pública e jurídica às mulheres vítimas de violência, além de apresentar projetos com o objetivo de corrigir essas lacunas. O objetivo é não permitir que a Lei Maria da Penha, importante vitória na luta de combate à violência contra a mulher seja considerada “letra morta”.

Do Portal Vermelho
De Brasília, Márcia Xavier