Rio 40 Graus, cinema e resistência

 O filme Rio 40 Graus, do diretor Nelson Pereira, é considerado o precursor do Cinema Novo no Brasil. Produzido em 1955, a obra busca mostrar a sociedade brasileira no Rio de Janeiro de forma realista, sem perder um tom de poesia. O cotidiano de cinco garotos da periferia que vendem amendoim em pontos turísticos como Pão de Açúcar e Maracanã, sob um sol escaldante, mostra as contradições sociais de uma sociedade capitalista.

Por Mariana Serafini, do Vermelho

Cena do filme Rio 40 Graus - Reprodução

Com bastante influência da nouvelle vague francesa e do neo-realismo italiano, o comunista Nelson Pereira faz um recorte da realidade social e econômica de uma época com elementos ficcionais.

Mais tarde Rio 40 Graus foi censurado pela pelo chefe da Segurança Pública na época, Geraldo de Menezes Cortes, porque segundo ele, a obra não passava de “uma grande mentira”, afinal, “a média da temperatura do Rio nunca passou dos 39,6º”!

Ícone no Rio de Janeiro, a obra influenciou outros diretores brasileiros, como Glauber Rocha, Rogério Sganzerla e Leon Hirszmann, defensores dos preceitos e da estética estabelecidos de forma visionária por Nelson Pereira.

Mais tarde o nome do filme ainda se tornou jargão e música: já no início dos anos 90 Fernanda Abreu cantou “Rio 40 graus/ cidade maravilha/ purgatório da beleza/ e do caos”.

Veja a obra na íntegra: