Irmão de Lula vai à polícia contra assédio de repórter da Veja

O irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Chico, registrou um Boletim de Ocorrência contra o dito “jornalista” da “revista” Veja, Ulisses Campbell, por perseguição à sua família. O Instituto Lula divulgou nota nesta quinta-feira (26) na qual denuncia o assédio praticado por Ulisses, que chegou a invadir o condomínio se passando por entregador de livros.

Ulisses repórter da revista Veja

Na semana passada, o Instituto divulgou nota desmascarando a informação publicada na coluna de Ulisses, da Veja Brasília, que contava uma historinha sobre uma suposta festa infantil, em Brasília, que teria sido paga por Lula para um também suposto sobrinho do ex-presidente. “Lula não tem nenhum sobrinho com este nome residindo em Brasília”, afirmou a nota na época, salientando que a festa nada tinha a ver com ele.

“Revelada a inverdade, o jornalista veio do Distrito Federal para o estado de São Paulo, e passou a usar nomes falsos e assediar a família de Frei Chico, irmão do ex-presidente, que reside no estado e não tem relação alguma com a festa em Brasília”, denuncia a nota do Instituto Lula desta quinta (26).

O Instituto divulgou trechos do Boletim de Ocorrência registrado pela família que relata que “no dia 23 de fevereiro Ulisses ligou para o pai do declarante, que é irmão do ex-presidente Lula, passando-se por Pedro, da USP, e buscando informações sobre a família e nomes de sobrinhos e netos do ex-presidente Lula e do pai do declarante. Afirma que após algum tempo inquirindo o pai do declarante o interlocutor finalmente se identificou como Ulisses e disse estar em busca de informações sobre a festa de aniversário, sendo informado da inexistência de tal festa”.

Ainda segundo e relato, no dia 24 de fevereiro, a esposa de Frei Chico recebeu uma ligação “de um homem que disse chamar-se Pedro, de Brasília, representando o Buffet Aeropark, questionando sobre o endereço onde deveria fazer a entrega dos presentes”.

Novamente desmascarado, Ulisses disse “que necessitava de informações” e ameaçou dizendo que “se o declarante não as fornecesse ele poderia publicar o que quisesse, tendo Ulisses, inclusive enviado pelo celular, para o declarante, uma fotografia da esposa do declarante em companhia de seu filho, a qual usaria em publicação futura na revista Veja”.

Invasão

Como a ameaça não surtiu efeito, o dito repórter resolveu, na última quarta-feira (25), invadir o condomínio onde mora Frei Chico. “Por volta das 10 horas, a babá dos filhos do declarante ligou para a esposa do declarante, dizendo que um homem teria entrado no condomínio, se passando por entregador de livros (…), quando a babá percebeu que o referido indivíduo não entregou livro algum e começou a perguntar sobre os horários de chegada dos moradores, após ter anotado nome, RG e CPF dela, a mesma teria trancado a porta e pedido ajuda para a equipe de segurança do condomínio”, relata o Boletim de Ocorrência. Ulisses tentou fugir das dependências do condomínio, sendo localizado, posteriormente, pela Polícia Militar e devidamente identificado.

De fato, a luta pela democracia no país garantiu que a Veja e qualquer outro veículo de comunicação, pudessem publicar o que quisessem. No entanto, a postura do jornalista reafirma o que muitos já denunciam: na linha editorial da Veja não importa se é verdade ou mentira, o importante é publicar o que eles querem de acordo com os seus interesses. Já fez isso – e continua fazendo – inúmeras vezes impune porque, sem a regulação da mídia, tem a liberdade de mentir como fez às vésperas do segundo turno das eleições em que, com o claro interesse de mudar o resultado das urnas, afirmou sem provas que o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma sabiam das irregularidades na Petrobras.

"O episódio é uma extraordinária demonstração de que é vital definir, logo, o que um repórter pode e, sobretudo, o que não pode fazer", afirmou Paulo Nogueira, jornalista e editor do Diário do Centro do Mundo.

Da redação do Portal Vermelho, com informações do Instituto Lula