Companhia homenageia Mário de Andrade com peças, palestras e sarau

No dia 25 de fevereiro, exatamente quando se completa 70 anos de morte do escritor Mário de Andrade, a Companhia do Feijão abre o ciclo Feijão celebra Mário de Andrade. As atividades realizadas na capital paulista acontecem até dia 1º de março e conta com os espetáculos Armadilhas Brasileiras e Reis da Fumaça, com a Companhia do Feijão, e Macunaíma no País da Vela, com a Cia Antropofágica, além de palestra, sarau e a leitura cênica de um espetáculo criado a partir da obra do autor modernista.

Peça Armadilhas Brasileiras - José Romero

Desde sua fundação, em 1998, a Cia. do Feijão se inspira na obra e nos ideais de Mário de Andrade, especialmente no que diz respeito às suas reflexões estéticas e “à conduta artística e de militância em favor da valorização do registro, estudo e difusão da cultura brasileira em suas múltiplas manifestações”.

Além de ter cinco espetáculos criados diretamente a partir de obras de Andrade, a companhia afirma que a influência do autor perpassa todos os trabalhos do grupo. “A relação entre arte e preocupação social, que tanto interessava ao escritor, é também questão fundamental nas criações do Feijão, voltadas à compreensão do homem brasileiro e suas realidades”.

O ciclo de atividades começa na quarta-feira (25), às 20 horas, com o espetáculo Armadilhas Brasileiras, sobre uma companhia de teatro que está no processo de criação de uma peça sobre a crise econômica de 29 e seus impactos na vida dos trabalhadores brasileiros. A peça é baseada nas obras Café, O Banquete e A Meditação sobre o Tietê.

No dia 26, às 19 horas, o diretor e fundador da companhia apresenta a palestra “Da inspiração à transpiração”, a partir do texto O Artista e o Artesão. Na sexta (27), às 20 horas, o grupo faz a leitura cênica de O ó da Viagem, baseado nas andanças que Andrade fez pelo Norte e Nordeste do país no final dos anos 1920. Nele, viajantes-narradores paulistas observam com olhos de estrangeiros o universo sertanejo nordestino.

Reis da Fumaça será encenado no sábado (28), às 17 horas, com recriações de danças dramáticas brasileiras, músicas populares de várias raízes, histórias relacionadas à escravidão, entre outros fragmentos. Às 22 horas, a companhia e outros artistas convidados fazem um sarau que contará com estudo de poesias e correspondências de Mário de Andrade, músicas e esquetes.

O festival se encerra no domingo (1) com o espetáculo Macunaíma no País da Vela, da Cia Antropofágica, que leva o público a uma viagem cultural pela música, poesia e pelo teatro, passando por uma reflexão sobre a estrutura capitalista e a história do Brasil.

Todas as atividades são gratuitas e serão promovidas na sede da Companhia do Feijão, no Teatro Escola Célia Helena e na Paidéia Associação Cultural.

Fonte: RBA