Brasil volta premiado do 65º Festival de Cinema de Berlim 

Foi histórica a participação do Brasil na 65ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, que aconteceu entre os dias 5 e 15 de fevereiro, na capital alemã. O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, que esteve em Berlim, fez uma avaliação bastante positiva da participação brasileira no evento.
 

Brasil volta premiado do 65º Festival de Cinema de Berlim

O Brasil teve 14 títulos exibidos na seleção oficial, o longa “Que horas ela volta”, de Anna Muylaert (foto), ganhou dois prêmios, 13 brasileiros participaram do programa de residência Berlinale Talents e cerca de 90 estiveram no European Film Market. O País também voltou de Berlim com acordos fechados e negócios feitos.

"O Festival de Cinema de Berlim é hoje um dos três mais importantes festivais de cinema do mundo. O cinema brasileiro tem força e talento para romper a dicotomia entre mercado e arte. E quando os curadores dos festivais internacionais têm curiosidade e olhos pra ver, encontram um Brasil novo que pulsa e emerge”, declarou Rangel.

“Que horas ela volta?”, que participou do evento com o auxílio do Programa de Apoio à Participação de Filmes Brasileiros em Festivais Internacionais e de Projetos de Obras Audiovisuais Brasileiras em Laboratórios e Workshops Internacionais da Ancine, ganhou o prêmio do público da mostra Panorama, onde concorreu com outros 34 filmes de 29 países, e também o prêmio da Confederação Internacional dos Cinemas de Arte e Experimentais (Cicae), que reúne mais de 3 mil salas em cerca de 30 países, em decisão unânime do júri.

O longa, com as atrizes Regina Casé e Camila Márdila, recém-premiadas no Festival de Sundance, foi muito bem recebido pela plateia e ganhou críticas positivas na imprensa. Para Manoel Rangel, que assistiu ao filme em Berlim, “o filme é forte, sensível e absolutamente conectado com o Brasil de hoje.

"Estão em cena a herança escravocrata brasileira no ambiente doméstico e a emancipação, com humor, acidez e ternura no olhar sobre homens e mulheres”, descreve.

Produzido pela Gullane Filmes, associada ao Programa Cinema do Brasil, dedicado à promoção da cinematografia brasileira no exterior, “Que horas ela volta?” foi vendido para os Estados Unidos, França, Espanha, Bélgica, Luxemburgo e Suíça.

Outros destaques

Os filmes “Sangue azul”, de Lírio Ferreira, e “Ausência”, de Chico Teixeira, ambos na mostra Panorama; “Fuja dos meus olhos”, de Felipe Bragança, na Mostra Forum Expanded; o curta “Mar de Fogo”, de Joel Pizzini, exibido no Berlinale Shorts; o longa “Ma Ê Dami Xina – Já me transformei em imagem”, de Zezinho Yube, participante da Mostra NATIVe de cinema indígena; “Brasil S/A”, de Marcelo Pedroso, e “Beira-mar”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, ambos na programação da Mostra Forum, também foram exibidos no festival com o apoio da Ancine.

“Brasil S/A” e “Beira Mar” foram apresentados ao curador Christoph Terhechte durante a oitava edição do Programa Encontros com o Cinema Brasileiro.

O longa de Reolon e Matzembacher, também associada ao Programa Cinema do Brasil, foi outro que voltou da Alemanha com acordos fechados. O filme foi comprado pelas Alemanha, Áustria, Suíça, França, Portugal, Estados Unidos e Canadá.

Cooperação audiovisual

Durante o festival, o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, e o diretor-geral do Instituto Mexicano de Cinematografia (Imcine), Jorge Geraldo Sánchez Sosa, assinaram o Protocolo Interinstitucional de Cooperação Cinematográfica e Audiovisual para o fomento à coprodução e à distribuição de filmes de longa-metragem entre o Instituto Mexicano de Cinematografia dos Estados Unidos Mexicanos e a Agência Nacional do Cinema da República Federativa do Brasil.

A assinatura do documento, que prevê a realização anual de editais simultâneos nos dois países para a seleção de projetos de longas em regime de coprodução e o apoio à distribuição de filmes brasileiros no mercado mexicano e de filmes mexicanos nos cinemas brasileiros, aconteceu durante evento realizado no Instituto Iberoamericano de Berlim.

No evento, o Cinema do Brasil anunciou a abertura das inscrições no 7º Prêmio de Apoio à Distribuição Internacional. Para participar, as empresas que assinaram contratos de distribuição com produtoras brasileiras associadas ao Programa devem enviar seus planos de distribuição internacional ao Programa. Clique aqui e saiba mais sobre o Prêmio de Apoio à Distribuição Internacional.

Fonte: Agência Nacional de Cinema