Brasil testa, com sucesso, míssil binacional de alta tecnologia

Foi considerado um sucesso o lançamento real de um míssil A-Darter, por um avião de caça Gripen da força aérea sul-africana, contra uma aeronave não tripulada, a 90° da rota e a 600 metros acima do caça.

Missil FAB Concepção artística do lançamento do A-Darter - FAB

O alcance do alvo sela a conclusão de 90% do projeto binacional com transferência de tecnologia, entre Brasil e África do Sul, de desenvolvimento de um míssil capaz de atingir aeronaves que se aproximam por trás do avião lançador.

Segundo o gerente do projeto pelo Brasil, Coronel Aviador Júlio César Cardoso Tavares, da Força Aérea Brasileira (FAB), a capacidade de realizar manobras de alto desempenho é uma das principais características dos mísseis de última geração.

“O sensor de guiagem detecta o alvo e o míssil também calcula a melhor rota”, explicou o coronel. Em manobras, A-Darter tem a capacidade de direcionar o empuxo do seu motor-foguete e suportar até 100 vezes a força da gravidade (100g).

Ele pode alcançar um alvo a 12 quilômetros de distância e possui sensor de frequência de infravermelho, o que o impede de ser enganado por flares, que são dispositivos incandescentes lançadas pelo avião perseguido para enganar os mísseis.

O projeto deverá estar concluído e entregue até 2016 e seus 2,98 metros e 90 quilogramas municiarão os Gripen NG da FAB.

O projeto começou em 2006 e recebeu um investimento de R$ 300 milhões. Ele abre à indústria nacional um mercado restrito e de alta tecnologia. Apenas EUA, Rússia e Israel detêm tecnologia similar.

As empresas brasileiras Mectron, Avibras e Optoeletrônica foram certificadas para a produção do míssil. Segundo Tavares, Brasil e África do Sul produzirão componentes para futuras exportações em vendas compartilhadas.

“Já há entendimento entre as empresas”, explicou o coronel.

Desde 2007, uma equipe de 19 militares da FAB está na África do Sul. Eles são engenheiros da área de sistema, aeronáutica, mecânica e eletrônica.

Segundo Tavares, o Brasil não apenas absorveu a tecnologia dominada pelos sul-africanos desde a década de 1960, mas participou de decisões. De acordo com ele, os algoritmos de programação dos sistemas foram desenvolvidos por um engenheiro da FAB.

“O período dele na África do Sul iria acabar e eles solicitaram a prorrogação”, conta o gerente do projeto.

Fonte: Agência PT de Notícias, com informações da FAB